TECNOLOGIA – Instituto de Estudos Avançados completa 29 anos com novos projetos

Projeto 14-X, Veículo Demonstrador de Propulsão a Laser (DVPL), o software de planejamento de missão aérea PMA II. Todos são projetos do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) que, ao completar 29 anos hoje (2/06), mostra que conquistou o seu espaço no cenário científico nacional e internacional.

A cidade de São José dos Campos (SP) se tornou um dos pólos de produção de projetos de ponta, que colocaram os pesquisadores da Força Aérea Brasileira (FAB) e do IEAv entre os melhores em suas especialidades no mundo. O grande foco da unidade é a utilização de diversas áreas do conhecimento, como Fotônica, Física Aplicada, Aerodinâmica e Hipersônica, no desenvolvimento da ciência e tecnologia aeroespacial.

O projeto mais recente tem como base a  utilização da nanotecnologia como uma nova maneira de medir a aceleração de um foguete em rota para o espaço. O termo nanotecnologia vem do nanômetro, medida que equivale a mais ou menos um bilionésimo do metro. É como comparar o tamanho da Lua com o de uma bola de futebol. Esta medida, invisível aos nossos olhos, é aplicada em produtos tão díspares quanto processadores e placas de vídeo de computadores, cosméticos, equipamentos médicos, raquetes de tênis e, no caso do projeto do Instituto, foguetes.

O “acelerômetro” do instituto utiliza um sensor que detecta a aceleração de uma nanomassa, ou seja, uma partícula que mede um nanômetro. O resultado é uma alteração nas propriedades da matéria, que é medida em m/s², a mesma da aceleração da gravidade.

“O foguete tem uma plataforma inercial, que possibilita o controle da direção e altitude do veículo. Ela tem dois sensores, o giroscópio e o acelerômetro. Atualmente, o Brasil tem desenvolvido os giroscópios, mas não temos os acelerômetros. Com o Projeto Acelerad, teremos uma plataforma totalmente nacional” , explica o Diretor do IEAv, Coronel Engenheiro Antonio Sala Minucci.

Outra novidade, esta para o ano que vem, é o mestrado nas áreas das divisões do Instituto (Aerotermodinâmica e hipersônica, Energia Nuclear, Física Aplicada, Fotônica e Geointeligência). Os laboratórios do Instituto já são utilizados para o desenvolvimento de teses de mestrado de outras instituições, caso do mestrado em Nanotecnologia da aluna do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Keila Beatriz Garcia Leite. Sob orientação do pesquisador do IEAv, Dr. Milton Sergio Fernandes de Lima, Keila desenvolveu um dispositivo que pode ser usado para a produção de nanopartículas de titânio, destinadas à aplicações estruturais aeroespaciais. Saiba mais

Outras atividades

As atividades brasileiras em hipersônica têm como representantes o projeto 14-X e os ensaios hipersônicos com propulsão a laser, em colaboração com o Laboratório de Pesquisas da Força Aérea Americana. No futuro, os sistemas de propulsão para altas velocidades em ar aspirado serão utilizados em veículos para o transporte de cargas para o espaço, em substituição com vantagem aos foguetes tradicionais. Saiba mais

De acordo com o Coronel Sala, a propulsão a laser é um método limpo, já que a luz do laser propele o veículo, dispensando a utilização de propelentes tóxicos/explosivos. Mesmo no caso do veículo 14X, em que é utilizado o hidrogênio como combustível, o resultado da combustão será o vapor de água.

“O Brasil é o único país do mundo que faz ensaios de propulsão a laser em túneis de vento supersônicos [o túnel T3]. Poucos países detêm o domínio da tecnologia”, explicou o Coronel Sala.

O PMA II foi projetado para facilitar e padronizar o processo de planejamento de missões aéreas nas organizações militares da FAB. Ele pode ser utilizado tanto para missões do dia a dia dos esquadrões quanto em manobras coordenadas.

No dia 27 de maio, o IEAV realizou cerimônia militar alusiva à data, presidida pelo Tenente Brigadeiro do Ar Ailton dos Santos Pohlmann, com a presença de diversas autoridades civis e militares.

Estudos Aeroespaciais

Pode-se dizer que as atividades do Instituto de Estudos Avançados, criado em 2 de junho de 1982, começaram dez anos antes, com a Divisão de Estudos Avançados, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA). A inauguração da nova sede da Divisão impulsionou os estudos em ciência pura e aplicada. Em 22 de outubro de 1981, ela passou a operar como Laboratório de Estudos Avançados do CTA. No mesmo ano, o laboratório foi transferido para São José dos Campos (SP).

A data de criação do IEAv marca a mudança de laboratório para parte integrante do CTA. A transferência do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (DEPED) de Brasília (DF) para São José dos Campos (SP) promoveu uma reestruturação organizacional que extinguiu o Centro Técnico Aeroespacial e criou um novo órgão, o Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial. O IEAv passa, então, a atuar como organização militar do Comando da Aeronáutica, com subordinação ao Comando-Geral, atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Saiba mais sobre o Instituto no site www.ieav.cta.br e no canal da FAB no Youtube.

Fonte: CECOMSAER

12 Comentários

  1. São José…um centro de excelência, dentro de um país com pouquíssimas excelências…Além da vanguarda aéro tecnológica nacional.SDS

  2. Conseguir velocidades de 12 mil km/h é muito pouco, para a tecnologia atual. Eu tenho uma maneira simples de triplicar essa velocidade.

  3. Temos avanços na área de pesquisa. Mas é preciso muito mais.
    .
    Que venham mais incentivos, certo senhor Mercandante e senhora Dilma?

  4. AO Dandolo VC E UAMA PESSOA MUITO INTELIGENTE OU VC E UM CARA MEIO ???? DA CABEÇA NE RSRSRSRRS BRICADEIRINHAS VIU DAN ,,DOLO

  5. Tsunami,
    A propulsão Scramjet com ar aspirado iria funcionar até a alta atmosfera, a partir daí (acima de uns 70 km + ou -) teriam que ser acionados os foguetes convencionais de combustível líquido.
    Também para a decolagem, se faz necessário um sistema alternativo de propulsão, já que o Scramjet não funciona a partir do zero.
    Ou teriam que usar turbinas até se chegar a velocidade em que o Ramjet começasse a funcionar (+ ou – 1000 km/h) ou um lançador baseado em trilhos eletromagnéticos que acelerasse no chão até essa velocidade.
    No primeiro caso haveriam 3 tipos de propulsores, turbina, Ramjet/Scramjet e foguete líquido. No segundo caso haveriam apenas 2 tipos: Ramjet/Scramjet e foguete líquido.
    Para voltar o segundo tipo pousaria plainando como o Space Shutle.

  6. Cade aqueles papagaios que só vem aqui reclamar?


    Bosco, falando grosseiramente o 14-X Seria um “BLACK BIRD”?
    Que vai até a atmosfera?

  7. São José dos Campos é um pólo industrial e científico importantíssimo. No entanto não deveria ser o único.

    Creio eu que seria interessante as FA’s criarem outros pólos de pesquisa no país, em algum estado do Sul- Paraná e Rio Grande do Sul -, ou então no nordeste.

    Esses centros de psquisa atrairiam mais empresas e criariam outras, levando progresso e desenvolvimento à outras regiões do país e não somente o Estado de São Paulo.

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