Guerra de 4ª geração e Narcoterrorismo no Brasil

Autor: Vympel

Plano Brasil

1. Particularidades brasileiras

Atualmente no Brasil, vivemos um caos social que tem suas origens desde o final da república, onde a inexistência ou ineficácia de políticas sociais e a erosão da economia nacional fizeram surgir um fenômeno encontrado em outros países, como México e Colômbia, conhecido como narcoterrorismo, o qual aproveita as falhas da administração estatal em relação á população para se desenvolver, atraindo novos integrantes para suas fileiras, os quais buscam ascensão a social que de outra maneira seria quase impossível.

Com o tráfico de drogas em plena expansão na década de 80/90, os lucros advindos do mesmo, permitiram que seus líderes financiassem exércitos para garantirem seus territórios contra outras facções ou contra as forças federais, chegando ao estágio atual em que existem determinadas áreas de locais como no Rio de Janeiro que são interditadas as forças policiais pela imposição da força dos narcotraficantes.

Características provenientes da origem e formação das facções, localização das concentrações de pobreza, origem da receita, particularidades topográficas e procedimentos das autoridades estatais para lidar com as referidas facções, fazem com que o tipo de crime em alguns estados (Ex: Rio de Janeiro e São Paulo) tenham características diferentes e únicas. No entanto, partilham de muitos princípios semelhantes, como organização e procedimentos para alcançarem seus intentos.

2. Gerações da mentalidade militar

Na história da humanidade, muitas vezes conflitos perdidos ou vencidos são analisados para colher o máximo de informações e experiências relevantes para a maior eficiência das futuras operações militares. Com base nesses estudos, chegou-se a conclusão da existência de quatro tipos de geração de formas de combate durante a história (guerras de 1ª 2ª 3ª e 4ª geração).

O mais interessante é que justamente a de 4ª geração parece ter sido a que sempre fez parte de todos os demais conflitos em todos os momentos da história. Mas foi justamente a última a ser notada, pois antes o fator população não era levado em conta da mesma maneira que a guerra irregular considera sua importância. A doutrina corrente era o que Clausewitz chamava de “guerra total contra o inimigo”, sendo a vitória alcançada com a destruição física do inimigo.

A guerra de 4ª geração não prevê um tempo certo dos combates, nem a destruição física do inimigo, mas sua completa exaustão, levando assim a perda do interesse e da vontade de lutar. Atualmente, existe uma dificuldade das forças armadas nacionais de vários países de enfrentar um inimigo que tenha características diferentes das suas próprias (Ex: Chechênia, Iraque, Afeganistão, etc).

A Primeira Geração.

A primeira geração da guerra moderna, guerra de  linha  e  coluna, onde as batalhas eram formais e o campo de batalha era ordenado, durou, aproximadamente, entre 1648 a 1860.

A relevância da primeira geração surge do fato que o campo de batalha ordenado criou uma cultura militar de ordem.

A Segunda Geração.

A guerra de segunda geração foi uma resposta à contradição entre a cultura da ordem e o ambiente militar. Também conhecida como guerra de trincheiras, devido á sua imobilidade nas fases finais do conflito.

Desenvolvido pelo Exército Francês durante e depois da I GM, a guerra de segunda geração procurou uma solução no fogo concentrado, a maior parte sendo fogo de artilharia indireto.

O objetivo era o atrito, e a doutrina foi resumida pelos franceses como sendo “a artilharia conquista  a infantaria ocupa”.

O poder de fogo era cuidadosamente sincronizado  (usando-se  planos  e  ordens  detalhados  e específicos) para a infantaria, carros de combate e artilharia em uma “batalha conduzida” onde o comandante era, com efeito, um condutor de orquestra.

A Terceira Geração.

A guerra de Terceira Geração, também um produto da I GM, foi desenvolvida pelo Exército Alemão e é conhecida como “blitzkrieg” ou a guerra de manobra.

A guerra de Terceira Geração é baseada não no poder de fogo e atrito, mas na velocidade, surpresa e no deslocamento mental e físico.

Taticamente, durante o ataque, o militar da Terceira Geração procura adentrar nas áreas de retaguarda do inimigo, causando-lhe o colapso da retaguarda para a frente.

Ao invés de “aproximar e destruir”, o lema é “passar e causar o colapso”.

Na defesa, a idéia é de atrair o inimigo para então cortar-lhe a retirada, conhecida como defesa móvel.

A guerra deixa de ser um concurso de empurrar, onde as forças tentam segurar ou avançar uma linha. A guerra de Terceira Geração é não-linear.

A iniciativa era mais importante do que a obediência.

A Quarta Geração.

Características tais  como  a descentralização e a iniciativa, são passadas adiante da Terceira Geração para a Quarta, mas em outros aspectos a Quarta Geração marca a mudança mais radical em relação aos métodos anteriores.

Na guerra de Quarta Geração, o Estado perde o monopólio sobre a guerra.

Em todo o mundo, as forças federais se encontram combatendo oponentes não estatais tais como a Al-Qaeda, o Hamas, o Hezbollah, os grupos islâmicos chechenos, as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC) e as facções criminosas no Brasil. Quase em toda parte, o Estado está perdendo.

O Brasil atualmente vivencia o que se pode chamar de guerra de 4ª geração, pois suas forças de segurança enfrentam grupos armados ilegais (narcotraficantes), os quais tem, como características, a organização, as metas políticas e os métodos de cooptação da população semelhantes aos de organizações terroristas.

3. Objetivos das forças legais

“Mais importante que manter terreno, é conquistar o espaço entre os ouvidos da opinião pública”

Ho Chi Min

Todas as contradições sociais e o ambiente nocivo que fomentam a violência organizada, consubstanciam-se de uma forma ou de outra, em torno da legitimidade do estado, sendo o apoio da população e a legitimidade do estado o centro de gravidade de um conflito irregular.

Sendo assim, de principal importância numa guerra com estas características, é assegurar, respaldar e fortalecer a legitimidade do poder central. Para tanto, deve-se:

  • Atuar dentro dos limites legais, dispondo, para tanto, de um arcabouço jurídico adequado as operações policiais e militares;
  • Apresentar conduta ética e, tanto quanto possível, transparente;
  • Fazer uso limitado da força letal;
  • Colaborar para que sejam dadas respostas eficazes ás necessidades básicas, aos anseios e as reivindicações da população local.
  • Elaboração pelo estado de políticas sociais a médio e longo prazo.

Mas, como as pequenas frações devem proceder para atingirem esses objetivos?

De vital importância, o contato inicial com a população dá-se com as pequenas frações.

Os infantes devem entender que os grupos ilegais tem um certo controle sobre os residentes da localidade, por muitas vezes, de vida ou de morte.

São manipulados com a intenção de estressar e humilhar os “invasores”, tentando assim fazer com que a força legal tenha uma reação desproporcional e generalizada, vitimando integrantes da comunidade (inocentes ou não).

Este tipo de atitude, quando somada á exclusão social, violência policial e á ausência do estado, reforça os objetivos e interesses dos grupos ilegais.

4. Objetivos das forças ilegais

A população é a água onde nada o peixe comunista”


Mao-Tse-Tung

Estando limitados á suas áreas de controle, as forças ilegais procuram tirar o máximo proveito das oportunidades á sua disposição.

A ausência do estado é explorada por um suposto assistencialismo por parte dos traficantes (dinheiro para remédios, alimentação, gás, melhorias nas habitações, etc..).

Muitos chefes de boca-de-fumo são integrantes da comunidade, fato este que agrega mais ainda a relação comunidade/tráfico.

Além disso, existe a possibilidade de ascensão social, com a entrada no tráfico de drogas de elementos da comunidade. São objetivos do crime organizado:

  • Máxima aproximação da comunidade com o tráfico de drogas, seja pela colaboração mútua ou pela intimidação (apoio da população);
  • Cooptação de novos membros para o tráfico, de elementos da própria comunidade (soldados);
  • Descrédito do estado e de suas instituições (desmoralização);
  • Sublevação popular nas áreas referidas (insurreição);
  • Fachada para operações financeiras (logística);
  • Interdição das áreas de controle do tráfico de drogas para o estado e suas políticas sociais (santuários).

5. O papel da mídia

“A imprensa é a Melhor Arma no Arsenal do Comandante Militar Moderno”

T. E. Lawrence

Nesse contexto de grande  relevância psicológica,  a mídia ganha um destaque  ímpar  na consecução   das   políticas   das   facções   em   presença.

Um exemplo   marcante   desse   papel preponderante na  tomada de decisões,  em  todos os níveis,  estratégico,  operacional  e  tático,   é o episódio vivenciado pelo exercito brasileiro, durante a operação “cimento social”, onde foram mortos três civis.

Por um lado, o qual o exército não desejava assumir este tipo de função (segurança dos empregados na construção), para o qual não se encontrava treinado, foi mandado fazê-lo mesmo assim por ordem federal.

Devido á decisão infeliz de um militar do exército, toda a operação foi comprometida, levando ao fim da ocupação do morro da providência prematuramente.

Mais uma vez, ratificava-se a máxima de que no Conflito de 4ª  Geração: Insucessos ao nível   tático provocam resultados desastrosos  ao nível estratégico.

Pouco tempo depois, por ordem judicial, o exército deixava o morro da  providência.

Nem é preciso dizer que tais insucessos são explorados ao máximo pela mídia independente, ávida por notícias e que, dependendo do momento e de seus interesses, podem vir a ser o fator de sucesso ou de fracasso de uma operação militar/policial.

6. Narcoterrorismo


“Os irregulares insurretos aproveitam-se de todas as oportunidades para explorar as vulnerabilidades que as organizações estatais apresentam, a fim de influenciar   comportamentos   das   lideranças   nacionais e da população em geral, visando atingir seus objetivos (imagen forte e não recomendada para Menores de 18 se você deseja ver clique aqui.”

Vympel 1274

Uma das características das ações terroristas é a imprevisibilidade aliada à arbitrariedade.

As ações ocorrem repentinamente em diversos locais e sem aviso prévio, o que provoca pânico pela sensação de insegurança, fruto de uma “suposta” vulnerabilidade permanente.

Outra questão que reforça essa tese é que, no mundo, quase a totalidade dos grupos terroristas assumem a autoria dos atentados logo após praticá-los.

Fazem isso como forma de atrair a mídia e reforçar, reafirmar o poder que o grupo tem.

Essa estratégia dificulta a ação do poder público por sua imprevisibilidade de alvos, pela natureza indiscriminada dos ataques.

Ataques simultâneos a alvos diferentes elevam o nível de estresse das forças policiais, que aguardam uma próxima ação em local indeterminado.

Um exemplo é o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, os quais  possuem vários objetivos por trás de suas ações.

O primeiro é a desestabilização política do governo estadual.

Segundo, uma demonstração de força, com um alerta: “Caso não nos atendam, temos força suficiente para transformar o Estado num palco de violência”.

Isso leva a um descrédito com relação aos governos.

Exemplo disso é o seqüestro de um cinegrafista e um jornalista da rede globo por integrantes do PCC em são Paulo, com o intuito de forçar a leitura de um manifesto em cadeia nacional contra o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) nas cadeias paulistas.

Parece com algo como extremismo islâmico, não? Se não falassem português, eu acreditaria que seriam terroristas islâmicos…

7.  Vontade de Lutar

“Se o  inimigo  tiver   sua vontade de  lutar  afetada,  então  sua capacidade militar, sem   importar   quão   poderosa   seja,   passa   a   ser   irrelevante.”

Mao-Tse-Tung

A  subversão, a guerrilha e o terrorismo tornam-se instrumentos preponderantes nesse contexto.

As conexões entre esses instrumentos e o ambiente urbano das cidades tornaram-se muito fortes e tornou-se impositivo entendê-las muito bem.

A possibilidade de se misturarem com a população civil não-combatente lhes assegura  uma  vantagem marcante, além do fato de “esconder” seu armamento em qualquer lugar da comunidade (enterrando, em cisternas, rede de esgoto).

Cresce, cada vez mais,  a  dificuldade  de   se   identificar combatentes no seio da população, o que leva, muitas vezes, as forças regulares a tomar medidas coercitivas descabidas e exageradas, causando assim, uma identificação da população local com os objetivos das forças irregulares.

8. Inteligência Humana (HUMINT)

“Hay que endurecer pero sin  perder la ternura jamás.”

Ernesto “Che” Guevara

A dimensão humana passou a se constituir num  relevante e sempre presente fator  de decisão. Aprender a lidar com as complexidades humanas e culturais, características dos conflitos irregulares atuais, transformou-se num  aspecto   fundamental.

Inclui, acima   de   tudo   uma   infinita   paciência,   atributo   não  muito desenvolvido pelas  lideranças militares,  mas  impositivamente necessário,   até para que se possa conviver emocionalmente com altos níveis de frustração,  cólera e ressentimento,  tão comuns em situações dessa natureza. Tais sentimentos afloram quando da não compreensão da situação geral e da rotina constante, comuns em operações de longa duração, agravadas pela hostilidade da população local, muitas vezes insuflada pelos traficantes.

O conhecimento   cultural tornou-se   impositivo   porque   é,   atualmente,   um   poderoso multiplicador de forças.

Consubstancia-se no conhecimento   histórico,   costumes   sociais   e   religiosos,   valores   e   tradições. Não raro,   esse conhecimento se  torna mais  importante que o conhecimento  topográfico do  terreno.  A empatia transformou-se numa poderosa arma.

Nossos militares devem, na atualidade,   serem adestrados na obtenção do apoio da população o que,  conseqüentemente,  resultará na obtenção de  inteligência humana, imprescindível para a campanha, sendo esta inteligência humana obtida na forma de informações a respeito do paradeiro das forças irregulares, localização de cachês, lideres, ou meios logísticos que sua posse ou destruição iriam comprometer ou afetar seriamente o desenrolar de suas operações (Ex: disque-denúncia).

O conhecimento cultural e a habilidade para construir laços de confiança proporcionarão uma proteção da força mais efetiva do que qualquer colete blindado.

Devemos nos lembrar que tão ou maios importante que isso, é a continuidade das políticas de reconstrução e desenvolvimento social por parte do estado, não simplesmente inserindo uma representação deste, mas resolvendo de forma verdadeira os problemas da comunidade.

Ernesto “Che” Guevara  enfatizava, com muita propriedade, que “Hay que endurecer pero sin  perder la ternura jamás.”

Declaração que   se   transformou   num  princípio   básico,   globalmente   reconhecido,   para   “ganhar   corações   e mentes”.

O que demonstra a perenidade deste argumento é justamente que ele sempre existiu, sendo prova disso um conjunto de normas e procedimentos criados por Ho Chi Min no começo do século passado (durante a guerra de libertação do Vietnã, publicado por uma revista francesa em 1922) e que, adaptado para os dias de hoje, continua atualíssimo:

AS DOZE RECOMENDAÇÕES DE HO CHI MIN

As raízes da nação estão nas pessoas. Na guerra de Resistência e na reconstrução nacional, a principal força está no povo. Assim, todas as pessoas no exército, na administração e nas organizações de massa que estão em contato ou que convivem com o povo devem lembrar e levarem consigo as seguintes doze recomendações.

Seis proibições:

1 – Não danificar da maneira de nenhuma maneira a terra e as plantações ou as casas e bens das pessoas.

2 – Não insistir em comprar ou tomar emprestado o que as pessoas não desejam vender ou emprestar.

3 – Não levar galinhas vivas para as casas das pessoas nas montanhas.

4 – Nunca faltar com a palavra.

5 – Não ofender a fé e os costumes das pessoas (como mentir perante o altar, levantar os pés mais alto que o coração, tocar música em casa, etc.)

6 – Não fazer ou falar coisas que façam as pessoas pensarem que as desprezamos.

Seis permissões:

1 – Ajudar as pessoas em suas tarefas diárias (colher, juntar lenha, carregar água, costurar, etc.).

2 – Sempre que possível comprar mercadorias para aqueles que vivem longe dos mercados (facas, sal, agulhas, fios, canetas, papel, etc.).

3 – Nas horas livres, contar pequenas estórias divertidas e simples úteis à Resistência, mas não revelar segredos.

4 – Ensinar à população a escrita nacional e a higiene básica.

5 – Estudar os costumes de cada região para se familiarizar com eles, de forma a criar uma atmosfera de simpatia no início e então explicar às pessoas gradualmente que diminuam suas superstições.

6 – Mostrar às pessoas que você é correto(a), diligente e disciplinado(a).

Nossos militares e policiais atualmente em operação no Complexo do Alemão devem ser orientados para angariar o apoio da população para dar continuidade as operações militares/policiais através de informes da população (HUMINT), ao mesmo tempo consolidando a imagem pública da instituição, pois este é uma maneira de legitimar  o poder do Estado, sendo este é um dos “centros de gravidade” da guerra irregular.

9. “Discurso Ideológico”


O Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV)

Ambas as organizações criminosas foram fundadas (CV em 1969/1975 e o PCC em 1993) pelas condições precárias nas penitenciárias do Rio de Janeiro e São Paulo, onde presos viviam com medo uns dos outros, dormindo em celas superlotadas, sem camas, cobertores, sabão e escovas de dente, sofrendo assédio sexual e acharcamento dos presos mais poderosos.

Ao oferecer proteção e suprir a necessidade básica dos presos, as organização conquistaram a lealdade da maioria presos. Ambas conseguiram melhoras sistemáticas nas condições dos presídios e nas relações humanas entre os presos.

Isso garantiu para a organização não somente a gratidão dos presos, mas também de membros das famílias que traziam os produtos básicos que ambas as organizações distribuíam dentro das prisões.

Assim, além de contar com os presos do sistema carcerário, o PCC e o CV passaram a contar com os muitos familiares destes, para operar centrais telefônicas clandestinas ou outras funções, como transmissão de mensagens orais entre os presos e inserção de telefones celulares nos presídios.

Pelos levantes em São Paulo (2001 e 2006) e no Rio de Janeiro (2010), as facções emergem quase que como um modelo de organização de Quarta Geração, operando numa estrutura paralela que funciona com mais eficácia do que as instituições estatais.

A transferência dos líderes do PCC e do CV para cadeias de outros estados só piorou o problema, pois o discurso ideológico do PCC foi exposto á massa carcerária desses estados, conquistando-os e assim multiplicando a força destas facções criminosas.

Enquanto o Estado retrai-se numa ainda maior incapacidade e corrupção, as facções avançam preenchendo os espaços que se abrem, legitimando sua suposta “guerra contra o sistema”, até chegar ao ponto em que a organização pode confrontar o Estado diretamente.

Ao depor nesta quarta-feira (27) na CPI do Narcotráfico, o traficante Márcio Amaro de Oliveira, 30, o Marcinho VP, surpreendeu os deputados por ter criticado os políticos e o FMI (Fundo Monetário Internacional) e ter defendido os movimentos guerrilheiros na América Latina.

O traficante recorreu ao discurso ideológico: “Entrei no tráfico porque não tinha consciência do que estava fazendo. Um jovem do morro entra nisso porque a sociedade não lhe oferece outra oportunidade para viver”.

Jornal O Globo

10. Conclusão

Ao contrário que muitos acreditam, a verdadeira guerra ainda não começou. Esta se iniciou com o fim da operação que expulsou os traficantes do complexo do alemão e da vila cruzeiro, e ainda perdura, sendo que a vitória das forças federais se dará na continuidade dos programas sociais iniciados logo após do término das operações militares/policiais.

Existem simpatizantes do tráfico de drogas ainda na comunidade e em condições de iniciar uma sublevação contra as forças federais, em contraste com a imensa maioria dos cidadãos de bem que lá residem, sendo estes os que mais sofrem com as operações militares/policiais (como em qualquer guerra da história).

A vitória contra esse movimento dependerá das políticas sociais (visando o apoio da população, legitimando a autoridade do estado) e da capacidade de administração da situação (estresse, investidas com efeito de propaganda por parte dos traficantes, forçando uma ação desproporcional pelas forças federais e problemas advindos da rotina das operações) pelas forças federais.

45 Comentários

  1. Não acho que as facções Brasileiras podem ser comparadas a grupos como a Al-Qaeda, o Hamas, o Hezbollah as FARC, Talibã etc… no Brasil ele usam armas e não sabem usar, não tem tatica nenhuma, eles só estão lá porque o estado não estava, ocuparam um vaco mais nada, ve agora, o BOPE entra nas comunidades e são se ouve um tiro, eles são apenas jovens subnutridos que tentam ganhar dinheiro no trafico não grupos para-militares, treinados, municiados e bem organizados, recomendo a entrevista do General Álvaro de Souza Pinheiro ao canal livre onde ele fala sobre as facções e como combate-las

  2. Falou e disse Hélio, a mesmas causas q leveram o México ao grau q está são as mesmas ou pior aki no BRASIL, se ñ ajudarem + a esses homesn e mulheres, vaõ ter q matar mts e morreram mt deles tbm. O Haiti surgiu de um bandido, o q ñ é o caso aki, o n caso e alta miserabili//, mt fome, baixos salários e sem nenhum poder aquisitivo. Exemplo : Eu estou brigando pgar a faculdade, no valor de 509,54 ,e tenho um salário defasado, de R$600,00,fiesp,área da saúde..nem reajuste recebi ,tem dois anos q ñ sei o q é reajuste salárial e o governador é o sergio cabral…era pestar ganhando uns R$1562,00 se fosse aplicado os índice de aumentos..estaria pagando e terminando o meu curso de ingles…Quem será pós nós? Essa é a realidade minha e de outros = a mim, o triste e q esse cara ganhou de novo.Sds.

  3. “Atualmente no Brasil vivemos um caos social que tem suas origens no final da Republica”…Não seria no começo da Republica?…”A guerra de quarta geração não preve um tempo certo dos combates,nem a destruição do inimigo,mas sua completa exaustão,levando assim a perda do interesse de lutar”…Sim a exaustão e extagnação da maquina do poder paralelo enfraquece-a e desestabiliza-a mas não a extingue-a.Ações efetivas de repressão aos centros do crime e ações de inteligencia interceptando a logistica e o suporte financeiro…Não é sensato e sim perigoso associarmos o narcotrafico ao descaso publico.O cidadão de boa indole,carater e principios luta no dia a dia para sobreviver de forma digna.No começo o uso de drogas era uma rebeldia da juventude contra a familia e a sociedade.Agora estão associando o narcotrafico,o crime e o terror a uma forma de demonstrar repudia a falta de assistencia do estado e a condição digna da população.Na ditadura com o AI5 onde assalto a bancos passou a ser crime contra a segurança nacional,ajuntaram-se em mesmas celas subversivos e criminosos comuns.Os guerrilheiros passaram aos bandidos tecnicas de guerrilha e organização e assm surgiu a FALANGE VERMELHA nas celas do extinto presidio da Ilha Grande RJ,que depois passou a ser chamado de COMANDO VERMELHO e amis alem fracionou-se em facções.Os pensamentos subversivos da facção carceraria chamada de LEI queeram os presos politicos difundiu-se e chegou a São Paulo e de la pra cá é tudo o que vemos na midia…A hora que os narcotraficantes realmente tiverem um comando,implantação de ideologia,doutrina,condicionamento,e tecnicas avançadas de guerrilha ( não essa ministrada por ex-policiais,ex-militares ou ambos profissionais na ativa que desviam na conduta ) associados a implantação de politica e resolverem empunhar a bandeira de libertadores dos anseios dos oprimidos,ai sim teremos um serio problema.Ou a sociedade e o estado se unem para erradicar esse mal que devasta nossa juventude e destroi familias ou eles acabarão com a nossa sociedade.Tento não imaginar em meu intimo que 600 homens com fuzis fugiram pelo esgoto passando por debaixo das forças de segurança a noite por uma obra da união que eles conheciam melhor que os governos federal e estadual sem que ninguem soubesse ou simplesmente prevesse.O que realmente Houve?Falta de estrategia ou conivencia não dos que cercavam pois para mim foram usados e expostos,mas por quem decidia e decidiu realizar a ação quando so la restavam bois de piranha que o primeiro,segundo e terceiro escalão do crime designaram.E a logistica que com certesa houve para resgata-los em diferentes pontos de saida?Derrota-los em combate ou prende-los não poderia tirar o braço armado de alguns que conspirão???

  4. Hélio, obrigado pelos seus ensinamentos. O exemplo disso foi a reunião de ministros do governo da Dilma, ontem, enquanto todo o país assistia consternado a dor dos vitimados pelas chuvas, os ilustreis senhores riam ao se referirem as ações do governo para amenizar as tragédias vividas pelos cariocas.

  5. Amigo Hélio:
    Quando comparo as facções criminosas brasileiras com estes grupos é no sentido de similaridades nos métodos de cooptação de novos integrantes e da vontade da população, sistema organizacional e de arrecadação financeira, além dos meios utilizados para conseguirem atingir seu principal objetivo, que é a desestabilização estadual ou federal, típicos da guerra irregular…
    Nesses aspectos, são muito parecidas, mas com características próprias devido a diferentes origens.
    Minha intenção é de fazer entender que este conflito em particular não pode ser encarado como uma guerra convencional, como acham alguns amigos equivocados..
    A legitimização das ações do estado e o apoio da população, não são procuradas pela guerra convencional, a qual destina-se principalmente a destruir fisicamente o inimigo, e sim da guerra irregular.
    De nada adianta encher as ruas com tropas e matar todos os traficantes e usuários (convencional), pois sempre existirão os que tomarão lugar destes, e sim deve-se procurar conseguir o ap pop (não-convencional), através de políticas sociais de desenvolvimento humano definitivas, iniciadas juntamente com as operações militares/policiais.
    O fato de não saberem operar modernos fuzis é o que menos importa, pois o que causa mais danos ao estado é a capacidade de influenciar a mídia através de imagens que vemos na televisão, de traficantes armados invadindo hoteis de luxo, por exemplo. A curta distância e dentro de uma “viela”, com conhecimento da geografia local, basta saber apertar um gatilho, e mais um agente da segurança pública vem a óbito.
    Felicidades…

  6. Nossa, quanto bobagem, jesuis.
    Continua a confusão entre o que é uma questão social e o que é uma questão militar. Ninguém sabe mais a diferença entre crime e guerra. Se continuar assim, nosso futuro vai ser negro e fascista.
    Lembro também que é um vício comum, já estudado, do brasileiro escrever dez linhas e achar que fez uma teoria. Mas nunca leu o suficiente sobre o assunto. O cara acima, por exemplo, visivelmente entende muito pouco de história militar. As potências européias formaram seus quadros de espionagem e estratégia com gente que já tinha lido todos os clássicos da história e tinham ampla consciência do que estava em jogo. Aqui, o cara faz dois rabiscos, fala bobagem (como os militares sempre falaram, muita bobagem) e se acha o próprio Caxias encarnado.
    Dureza…

  7. Vympel isso é verdade mesmo, não adianta sair matanto todo mundo por ai, só se ganha de uma guerrilia se a população apoiar, foi assim que os EUA se estreparam no Viatinã, e o General Heleno disse o mesmo quando chegou do Haiti, em quanto os militares brasileiros não conquistaram a confiança da população eles não tiveram sucesso, e por não não usar taticas de guerra convencional os EUA pediram a cabeça do General e ameaçaram invadir o Haiti o que só fortaleceria os bandidos
    Abraços

  8. A unica coisa que não encaixa no meu pouco entendimento é a associação da boa ação na troca do comportamento servil.Esse circo que vemos realizando como se fosse Papai Noel no dia de Natal é na verdade uma obrigatoriedade do Estado e da União ao povo que paga seus impostos e que desenvolve avançando esta Nação.O povo não é cachorro sendo adestrado que ao realizar um comando recebe um biscoitinho canino.Reformas em urbanização,educação,saude,segurança e defesa ja e conscientização de cidadania e amor a Pátria…O BRASIL SOMOS NÓS OS BRASILEIROS e não adestradores e nem rebeldes.

  9. nao vai demorar muito para que a guerra va para a 5º geraçao , onde acredito eu que a midia sera brutalmente censurada(a midia é um dos principais motivos de fracassos de guerras), e acho tb que voltara ao estilo um pouco da guerra de 3º geraçao onde o civil nao tem muito mais importancia(a destruiçao de certo local sera total se preciso, nao importando muito com vidas inocentes neste local), sem falar ainda que poderao usar armas nucleares.
    sds a todos.

  10. Detalhe não temos grupos armados e treinados tipo Hezzbolah, Farc e etc, aqui no Brasil, porque somos “resolvidos” religiosamente, quase todas guerras são de cunho religioso!

  11. Von Braun, não sei se vc se refere a mim como nunca ter lido sobre o assunto, mas lá vai..
    Quem não parece saber nada de história militar é sua pessoa, pois se vc estivesse certo, as potencias centrais durante a 1 GM (especificamente a alemenha), não teriam cometido os massacres de civis durante por exemplo, a ocupação da belgica, e na 2 GM não teria feito o que fizeram, (principalmente na rússia, o que ocasionou o surgimento dos partisans controlados pelo NKVD nos territórios ocupados , pois se tivessem ganhado o apoio da pop, teriam vencido os soviéticos com certeza, mas a brutalidade nazista mostrou-se pior que a soviética, principalmente na ucrânia) o que acabou voltando-se contra eles (quase 1 milhão de partisans combatendo a alemanha em 1944)!!!
    Não é necessário citar o que os soviéticos fizeram no afeganistão na década de 80, quando tentaram subverter os preceitos do islã (juntar crianças de ambos os sexos na escola, realizar reforma agrária, acabar com os líderes religiosos nas aldeias, substituindo-os por comissários políticos). Isso foi uma das causas da revolta dos grupos tribais que ocasionou a derrota sovietica em 1989, ou seja, ignoraram o respeito aos costumes e a religião local, como foi descrito na matéria acima!
    A questão social faz parte da militar, e isso é o que diferencia o conceito de guerra irregular para a regular, se vc tivesse o mínimo conhecimento sobre isso, entenderia o ponto!
    Se todo mundo tivesse acesso á educação, emprego, possibilidades reais de ascensão social através do trabalho honesto (pois isso é obrigação do estado) muita gente pensaria duas vezes em aderir a algum tipo de guerrilha ou facção criminosa, pelo menos nos menores escalões das mesmas!
    Ao invés de fazer críticas não construtivas, deveríamos estudar mais e nos atualizarmos, e se possível fazer algo de bom, postando uma matéria sobre outra maneira de ver a situação abordada! Fazer comparações desmedidas e críticas infundadas só demonstra total inaptidão e falta de respeito, e é justamente o que o blog não necessita. Deve-se dar exemplos concretos para poder argumentar!

  12. Maluquinho, meu amigo, no meu ver sua visão está sendo simplista com relação ao comentário do “biscoito”, pelo simples fato das coisas serem o que são! a realidade é que o estado deveria sempre ter cumprido suas funções básicas (saúde, educação, habitação, etc…) desde o início, como ocorre nos paises de alto IDH, mas a realidade brasileira como todos sabem é diferente, isso com certeza eu concordo com vc, mas quando nós temos uma situação como esta atual, o bom senso diz que devemos analisar todas as causas que levaram até a atual situação (motivos sociais, políticos, religiosos, etc..), para depois definir as ações a serem executadas. Se o problema é social, quem está a frente das ações deve concentrar-se, além das operações policiais /militares, na causa primal da atual situação e também combatê-la! O que não deve acontecer é , depois do fim das operações policiais /militares, abandonarem o local sem resolver seus problemas, pois dentro de um curto tempo, os problemas vão reaparecer, como sempre ocorreu no passado! Não se trata de “comportamento servil”, em qualquer lugar do mundo onde o estado se faz presente em suas obrigações, os níveis de crime são reduzidos.

    Quanto ao seguinte texto:
    ”A guerra de quarta geração não preve um tempo certo dos combates,nem a destruição do inimigo,mas sua completa exaustão, levando assim a perda do interesse de lutar”
    Esta afirmação refere-se ao mecanismo que as facções criminosas ou outros grupos utilizam para desestabilizar OS GOVERNOS OU O ESTADO VIGENTE, e não ao contrário!
    O melhor exemplo disso são os ataques do PCC em 2001 e 2006 e do CV em 2010, pois com esses ataques, as facções obrigavam os governos estaduais a não intervirem em seus interesses (RDD e UPP), em troca de uma aparente calma nas cidades.
    Felicidades..

  13. VYMPEL1274….Tua materia e teu raciocineo é irretocavel meu amigo e te agradeço por sempre nos trazer excelentes materias…Moro no RJ,convivo no dia a dia no meio de tudo isso e trabalho na area de segurança.Sei que tudo o que politicos (Federal e Estadual) estão fazendo é mero paliativo que somente visa auto-promoção,não que eu seja contra UPPs ou UPAS e coisas do genero.So funciona o que eles fazem.Pessoas morrem nas portas de hospitais federais e estaduais todos os dias por falta de atendimento,falta de profissionais e profissionais desqualificados.Se implantassem emtodosos locais e funcionassem seria otimo.O maior problema na segurança publica alem de leis arcaicas,entidades que protegem o infrator (e por sinal ficarão caladinhos depois da tomada do complexo do CRUZEIRO.No Alemão foi cinematografico e cheio de gente querendo aparecer e mostraram tanto os traseiros que se esqueceram da estrategia e da prevenção.São eles que decidem e não a tropa)alem de não sabermos mais quem esta realmente do lado da lei ou que compactua e isso se aplica a todas as facetas da nossa sociedade.Tudo o que vimos na midia apenas antecipou uma mega-operação que ja estava programada e sendo estudada que apenas visava dar garantias a copa e as olimpiadas.O que falta ao Brasil e aos Brasileiros é vergonha na cara,amor ao pais e ao proximo.Falta Deus em nossos corações.O Deus comum a todos hoje é dinheiro,facilidades e previlegios.O problema descaso social e desigualdades é uma coisa e o trafico de drogas,armas e terrorismo é outra coisa.Estamos entrando num estagio perigoso onde essas desigualdades e esses problemas estão se misturando.Quem tem boa indole e carater não vende drogas e não tira a vida de ninguem para ter como se sustentar e sim trabalha e pratica o bem.Hoje aqui no RJ vivemos um momento unico onde apesar dos desvios de conduta e truculencia o povo voltou a dar um voto de confiança na policia e é tudo o que se precisa para prosseguirmos.New York era a cidade mais violenta do mundo e deixou de ser quando implantaram o TOLERANCIA ZERO.Faltou-nos que alem de ensinarmos que temos direitos que tambem deveriamos ter deveres como cidadões para fazermos jus a nossos direitos.O problema Brasileiro tem origem na falta da adequada EDUCAÇÃO e ela começa na familia e se complementa na escola…LIBERA QUE NÓS BRINCA…SDS.

  14. Bem, acho que se referiram a mim!
    Ok! Não sou um historiador que leu todas as obras da “arte da guerra” como supôs. Mas usei o termo guerra em seu sentido amplo, assim como: guerra contra fome, contra a dengue, contra o tráfico, etc. Apesar de existir o termo guerra civil, embate de grupos armados de mesma nacionalidade.
    Mesmo que tivesse lido, todas obras sobre guerra, só teria teorias e estas não são absolutas. Podem se tornar obsoletas com o tempo. E apenas com teorias, sem prática ou experiência, não saberia se as mesmas são obra de ficção ou realidade, verdadeiras ou falsas.
    Eu também citei que se deveria conquistar corações e mentes, termo que não é meu. E como se consegue isso? Atendendo os anseios populares: saúde, educação, emprego, lazer, dentre outros. Para que o cidadão respeite a autoridade do estado e apoie suas decisões a favor do bem geral.
    Se referistes a mim usando de conceitos pré concebidos, povo ignorante(sou civil), porque usei o termo guerra em sentido amplo.
    Se vistes um cidadão sujo de barro. O chamaria de miserável, sujo, vagabundo? Tal cidadão poderia apenas ter escorregado na lama. Nem tudo que se vê e o que parece ser. sabedoria.

  15. Falou muito e nada disse, VonBraun…Nunca pensei em ser Caxias e sei sempre o que escrevo, se não entendo do assunto ou discordo dele, pergunto ou contesto-o, mas sempre com educação e sem tentar menosprezar a quem escreve!

    Maluquinho meu véio, valeu por complementar meu raciocínio, tamos aí, parceiro! A idéia é essa mesmo, contestar o que não se entende ou não concorda, mas usando o bom senso e o respeito sempre, valeu irmão!

  16. Simplesmente perfeitas as colocações.
    Gostaria apenas de lhe perguntar Vympel.
    QUando assistimos em 2006 o levante em São Paulo, a imprensa tratou de abafar a situação levando a crer que o estado de alguma forma estava por cima da situação, você acha que teria um parelelo entre o pós ataquedo Primeiro comando e contra ataque das forças estaduais e o atual “controle” do Complexo do Alemão?
    ou seja lá e 2006 começou a verdadeira guerra do PCC?
    Sds
    E.M.Pinto

  17. Eu não gostei do seu texto não, sinto muito, embora simpatize com várias das suas afirmações.
    Esse esquema de gerações não parece funcionar pra mim, mas não vou entrar nisso. O fundamental é o que você percebeu no começo, depois no seu comentário: a tal 4a geração é na verdade “irregular” (pré-revolução militar, que aliás começa em meados do XVI, não em 1648; veja no Parker).
    Mas ela nem é a “guerra” da mesnada medieval, nem do horda do um povo da Ásia Central (já que você prôpos a discussão em termos de formato militar). A sua 4a. geração aqui é banditismo. Não é “guerra”, é violência. Hoje em dia, os autores confundem isso, porque a antropologia tem tido uma influência muito grande e funesta nas análises, vide o livro (ruim) do Keegan. Pois bem, só que “violência”, em geral, é outra história…

  18. O problema então é a construção do Estado, do projeto de monopólio da violência. A guerra é esse problema projetado no âmbio inter-estatal (é a política, por outros meios, certo?). Tratar a violência e o banditismo nos mesmos termos é erro.
    Por exemplo: veja como tratar o narcotráfico como inimigo militar legitimou a polícia e o governo do RJ. Temos a sensação que estamos ganhando a “guerra”, e esquecemos do que está na raiz do problema da violência atual. Aliás, coisas que você menciona várias vezes: desemprego, marginalização, etc. Bom, então vamos falar sobre isso, não sobre os pseudo-territórios que estamos conquistando. Vamos falar sobre a discriminalização das drogas, o que venceria a guerra muito mais rápido que todos os batalhões do Rio. Sem falar sobre isso, amanhã tem outra “facção” pipocando em outro lugar. Criação de empregos, descriminilaziação de drogas… sinto muito, mas isso não é um assunto militar.
    Isso é importante: foram os meios de comunicação que estimularam o show, e trataram o tema como uma guerra. Pegaram um dos lados do problema, o menor deles (os ataques, a ocupação do Alemão, os tanques, etc) e fizeram disso um espetáculo. É isso que é o fascismo: transformar a política num show, e escolher alguém para o papel de vilão, contra quem todos os meios são legítimos, tortura, etc. Hoje em dia é assim nos EUA, no Brasil, no mundo inteiro. Mas como o show é só um pedacinho da realidade, os problemas continuam, cada vez maiores.
    Mas enfim, eu também exagerei, fui arrogante. Não sei disso mais do que ninguém. É que essa história da “guerra” no Rio me deixa puto. Me desculpem os colegas, Vympel, Jnpnhr, os demais, mas eu não acho que isso é uma guerra (nem em sentido amplo; a palavra ainda é “guerra”, o sentido ainda é: eliminar o inimigo). A guerra é o show, pensar isso militarmente é cair nesse jogo. O problema é outro.

  19. O negocio e o seguinte gente as pessoas terem emprego e não ficarem a toa para isso o governo deveria fazer um acordo com essas empresas que temos aqui que são lesa patria que não dão uma oportunidade de trabalho a pessoas que tem cursos e os que tem faculdade trabalham como camelo nada contra ser camelo pois ganham mais que muitos de faculdade,
    e por isso que tem tanto crime aqui as pessoas procuram emprego ela tem que fazer uma prova cretina so para ser carregador de caminhão que pais miseravel esta sendo o brasil,e por isso que e desse jeito eles negam emprego em lojas com desculpas não tem experiencia e o curso que a pessoa fez não conta não para determinada area um pais assim tinha que ta como camboja arruinado

  20. VonBraun, novamente falaste, mas não disse nada que já foi dito!
    Digo isto porque esse raciocínio que defendes é o mesmo que fez os EUA e a URSS perderem o Vietnam e o Afeganistão respectivamente. Essa resistência em se adaptar aos novos desafios é explicada pelo seguimento quase “fanático” pelas teorias de Clausewitz (guerra total até a destruição do inimigo), que dominou o pensamento militar corrente no último século, supondo que você se aprofundou assim…
    Esse “esquemas de gerações” não foi desenvolvido por mim, e sim por estudos feitos por países e organizações dedicadas á tal tarefa (vide military review). A definição exata de quando começou o que se chama de guerra irregular não tem data específica, pois citações sobre isso se encontram até na obra de Sun Tzu! Não se apegue á definições rígidas, pois estas são passíveis de serem mudadas, devido á evolução das formas de combate, o que importa é o entendimento de como estas se desenvolvem e a nossa capacidade de nos adaptarmos á elas, o que dariam condições de poder enfrentá-las com uma margem de sucesso.
    Você está equivocado ao referir “tratar o narcotráfico como inimigo militar”, pois nunca disse isso, o que é dito na matéria é que as organizações criminosas têm muitas características semelhantes á grupos paramilitares ou terroristas, principalmente com relação aos métodos utilizados para arregimentar soldados, desestabilizar o governo, conseguir seus intentos, suporte financeiro e logístico, entre outros. Se o governo estadual faz isso que você mesmo disse, já é outra coisa…
    Quanto ser ou não ser a questão social de responsabilidade militar, a partir do momento que o ministério da defesa é utilizado em uma situação destas (embora não seja de sua alçada) SIM, É DE SUA RESPONSABILIDADE ANALISAR TODOS OS ÂNGULOS DO PROBLEMA PARA PODER DEFINIR QUAIS ESTRATÉGIAS DEVEM SER POSTAS EM PRÁTICA PARA RESOLVER O REFERIDO PROBLEMA DA MANEIRA MAIS EFICIENTEMENTE O POSSÍVEL E DE MANEIRA DEFINITIVA (isto chama-se de ESTUDO DE SITUAÇÃO, durante a fase de planejamento militar), isso inclui SUGERIR ao governo estadual o cumprimento de suas obrigações, as quais se tivessem sido feitas desde o princípio, não estaríamos nessa bagunça! Se juntamente com a ação policial/militar não acompanhar o desenvolvimento social, que no caso do Brasil é a fonte dos atuais problemas, todo esforço terá sido em vão. Ou seja, ataca-se ambos os problemas (social e militar), ao mesmo tempo numa “frente unida”, por isso que na guerra de 4ª geração é importantíssima a união de esforços entre o setor policial/militar e governo federal.
    O ministério da defesa não tem condições de resolver de forma definitiva o problema social, e nem é de sua alçada fazê-lo, e muito menos deseja-se que seus recursos sejam utilizados de tal forma, o que é possível é a realização do que se chama de ACISO (Ação Cívico Social, como serviços dentários, médicos, etc..), o qual só funciona enquanto as forças do MD operarem no local, sendo dessa forma de eficiência paliativa.
    Além disso, definir exatamente com palavras o que ocorre no rio de janeiro hoje é perigoso e talvez inexato, pois o termo “guerra”, não está tão longe da realidade, pois essa nossa guerra é de um tipo muito particular. Em que país relativamente desenvolvido, grupos armados interditam certas partes do território as forças de segurança e fazem suas próprias leis, andam armados á luz do dia em vias públicas, policiais andam armados com fuzis de guerra e usam coletes nível III, o estado forma uma tropa especializada em combate urbano (BOPE) e utilizam um veículo blindado (caveirão). E AINDA ASSIM DIZEM QUE NÃO ESTÃO EM GUERRA?
    Passamos a palavra á um especialista, o ex-capitão Rodrigo Pimentel, que disse no documentário “Noticias de uma guerra particular” (recomendo que assistam) que “Os traficantes hoje no rio de janeiro estão usando fuzis AK-47, que é um fuzil de guerrilha, granadas, lança-rojões e até equipamentos de visão noturna, que nem o nosso batalhão dispõe….”
    E mais…
    “E a polícia vive essa guerra quase que particular, onde ela mata um traficante, o traficante fica com ódio da polícia, eles matam um policial e a policia fica com ódio do traficante e a coisa vai nesse nível. É UMA GUERRA QUASE QUE PARTICULAR.”
    Essa guerra “PARTICULAR” é devida ás características únicas da sociedade brasileira, que em meu ver, só encontra paralelo no México, pois seus problemas sociais são muito parecidos com os nossos. Na Espanha, o problema é étnico (bascos), na Irlanda do norte é religioso (católicos e protestantes) na Colômbia é político (pelo menos começou com as FARC e seu ideal comunista, hoje deturpado).
    O grande erro estatal de considerar o tráfico de drogas um inimigo “militar” por décadas como você mesmo disse, vêm justamente da falta de capacidade de compreender os aspectos mais básicos da guerra de 4ª geração (ou irregular, se desejar, embora me pareça mais correto o primeiro), e da falta de condições de se adaptar aos novos tempos, e os resultados dessa política fracassada vemos nos dias de hoje.
    Finalizando, tenho certeza absoluta de uma coisa: DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS SERÁ UMA CATÁSTROFE NO RIO DE JANEIRO, se pensas que isso resolverá o problema, pois se acredita que os traficantes não iriam poder vender ilegalmente e seriam suplantados pelos vendedores legalizados (como ocorre na Holanda), estás enganado. Basta ver o que ocorre com CD’s e DVD’s piratas, pois os vendedores legalizados pagam impostos (sendo seus produtos caríssimos devido aos mesmos), e os ilegais não (quem vai cobrar imposto de traficante?). O que você considera melhor, pagar 5 reais num DVD pirata ou 50 reais no mesmo DVD, só que original?
    Não somos especialistas no assunto, somos somente curiosos sem nenhuma condição para definirmos verdades absolutas. Sendo assim, acredito que citar algum livro de John Keegan como “ruim”, somente sendo outro especialista do nível dele para contestá-lo. Mister se faz sermos comedidos no que falamos ou escrevemos, pois a idéia do blog é repassar e absorver conhecimento, tenho certeza que é o que o nosso editor chefe E.M. Pinto concorda.
    Felicidades

  21. Leonardo_sp, meu camarada!!!
    O que você disse sobre as características de uma possível guerra de 5 geração talvez já estejam acontecendo, pois o que o exército russo faz na Chechênia é exatamente isso! Eles desenvolveram muinições especializadas para matar sem destruir edificações (termobáricas), utilizam SRBM (mísseis balísticos de curto alcance) para interditar certas áreas (com alvos de alto valor inimigo, como concentrações de tropas e logística)antes de um ataque, e principalmente as operações de “decapitação” de líderes chechenos e até de repórteres indesejados ou ex-espiões desertores (Anna Politkovskaia e Alexander Litvinenko).
    Obrigado por complementar meu raciocínio, já até tinha esquecido disso…
    Felicidades

  22. Grande editor-chefe, meu amigo…
    Acredito que da mesma maneira que o estado carioca não teve aptidão para tratar de um problema novo e de características únicas (Comando vermelho, no episódio do AI-5 e presos políticos juntos de presos comuns na ilha grande), o estado paulista cometeu o mesmo erro em relação ao PCC, quando tentou “abafar” a existência da referida facção criminosa, dando tempo para se organizarem e fortalecerem, além de transferirem líderes para outras cadeias, propagando o chamado “discurso ideológico dos presos contra a opressão do sistema”, assim arregimentando novos adeptos ou fazendo surgir novas facções, inspiradas no PCC original (recomendo o documentário “São Paulo Under Attack”).
    As características da concentração de pobreza do estado paulista é diametralmente diferente do estádio carioca. Enquanto no Rio as favelas são concentradas dentro dos grandes centros urbanos, em são Paulo existe o que se chama de “periferia”, ou seja, um “cinturão de pobreza” orbitando em volta dos grandes centros urbanos. Em são Paulo, tais operações contra o PCC ocorreram de maneira dispersa em todo o estado, diferentemente do rio de janeiro, onde estas operações concentraram-se em pontos específicos (complexo do alemão, vila cruzeiro e rocinha).
    O paralelo que vejo entre as duas operações, inicialmente, é que ambas foram reações do estado á imposição de uma política de terror por parte de ambas as facções, o que deu resultado várias vezes no passado, em que estas facções impunham suas determinações. Em um momento ímpar, a sociedade farta de se sentir “refém” destas facções, apoiou as forças governamentais de maneira nunca antes vista. Cabe as forças governamentais aproveitar o momento, e através de políticas de segurança públicas coerentes e voltadas para a definitiva resolução do problema.
    Se os conceitos básicos da guerra de 4ª geração fossem do conhecimento das forças de segurança brasileiras, o que aconteceu na Ilha grande e que veio a fazer surgir o Comando Vermelho, poderia ter sido evitado…..
    Valeu meu amigo, felicidades, estamos aí…

  23. Vympel, a descriminalização não só é necessária, como é a medida mais racional.
    Os EUA travaram uma guerra multibilionária contra as drogas desde os anos 60 (isso, é claro, enquanto a CIA vendia a heroína de seus parceiros no Laos nos bairros negros das grandes cidades, para quebrar o movimento negro). A guerra contra as drogas nunca deu certo, por um motivo simples: quanto maior a repressão, maior a escassez, sobe o preço, aumenta o lucro do tráfico. Te recomendo os textos do Maierovitch, ele tem um blog no Terra Magazine.
    A distinção entre drogas de abuso legais e ilegais não tem a menor sombra de um critério racional. Por que o álcool é legal e o THC é proibido? Ambos causam prazeres e danos parecidos para o indivíduo e a sociedade. Hoje é consenso que a repressão às drogas deve ser concentrada para ser eficiente. O Brasil está concentrado no combate ao crack. Ora, o crack é simplesmente uma dose cavalar de cocaína, a mesma substância que era usada recreativamente até os anos 20 sem causar maiores problemas, até por pessoas como o Freud. O problema nunca esteve no princípio ativo, mas no uso abusivo que o negócio do tráfico ilegal fez dela. Veja, o problema só aumentou depois da proibição. Isso que estou te falando já é praticamente consenso, à direita e à esquerda, e gradativamente deve se descriminalizar o uso de drogas. Não é “liberou geral”, é outra forma de controle que não a repressão militar ao traficante, que sempre foi desastrosa.
    Quanto ao esquema das gerações, bem… cada um pensa do seu jeito. Mas te devolvo a pergunta: será que não está virando uma coisa esquemática? A mim, me parece um dos inúmeros modismos acadêmicos que a gente tem que conviver. Passa dez anos e vem outro.
    Felicidades, amigo, e sugiro mesmo que você dê uma olhada no Maierovitch, acho que vai se interessar.

  24. Se a descriminalização das drogas for explorada pelo setor privado, a busca por um maior mercado, fará os “empreendedores do comércio das drogas” incentivar o uso, como acontece com cigarros e bebidas. E aí mais viciados, mais vegetais.
    Se a descriminalização das drogas for estatal, fornecendo gratuitamente e/ou a preço de custo, o estado controlaria melhor, buscando a redução de usuários, com um programas recuperação dos viciados e consciencialização dos curiosos do perigo do vicio.
    Nos dois casos haveria a redução do poder do crime, se gastando menos com repressão. No primeiro caso, haveria arrecadação de impostos, más um imposto sujo! No segundo haveria custos, que seriam mais um investimento na saúde física e mental da população, buscando o controle e diminuição do abuso das drogas.
    O estado tem que ter maior controle sobre essas coisas, Controle total só o estado pode fornecer, tirando seu valor comercial e aí combater o uso sem a contraposição de traficantes.
    Ou então desaparecer com as drogas das ruas, o que se tem tentado.

  25. Vympel1274, obrigado vc por esta materia espetacular , e o seu raciocinio , nao tenho nada a comentar pois vc disse tudo , parabens.
    sds a todos.

  26. Pessoal, lembro-me de certa vez assistir um documentário no canal pago GNT, intitulado ”a guerra contra as drogas”, cerca de 6 ou 7 anos atrás. Nos minutos finais do mesmo, o narrador comentou sobre uma audiência de um general da reserva do exército americano que era considerado o “czar” das operações contra o tráfico na América do sul. A este militar, foi perguntado se ele precisava de mais alguns milhões em espécie, equipamentos e etc para continuar o combate naquela região. Ao ser perguntado, ele respondeu que não precisava de mais nada, pois tudo que ele havia feito não resultara em nada (em uma de suas operações, foram apreendidas 10 toneladas de cocaína, mas assim mesmo o preço da grama em nova York não havia sequer variado). Tal declaração causou consternação no senado americano, o qual pediu para que ele se explicasse. Em resposta, ele disse que se todo o dinheiro gasto na repressão fosse gasto em EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO, os resultados seriam muito melhores.
    O que isto quer dizer?
    Que melhor que liberar ou reprimir, é EDUCAR E PREVENIR, principalmente ainda nos bancos escolares, para preparar os futuros adultos á resistirem ao uso de drogas de abuso. É claro que isso não se faz isoladamente, a repressão aos centros produtores e de venda se faz talvez tão necessária quanto educar e prevenir. Para tanto é necessário uma vigilância de fronteiras eficiente e forças de segurança eficazes, para evitar que drogas e armas abasteçam as facções criminosas que delas necessitam.
    Por que o álcool é legal e o THC é proibido?
    Simples responder isso, pelo fato de ser através do lucro do comércio de drogas (estimativas conservadoras dizem ser de 400 bilhões de dólares por ano), que as facções criminosas tem capital suficiente para investir em armas, drogas, assaltos, roubos, seqüestros e para bancar a propina que leva a corrupção. Todo mundo já ouviu falar no cartel de Cali, no cartel de Medellín (drogas), mas nunca, pelo menos atualmente, ouviu-se em um cartel de cachaça ou uísque….
    O lucro com o comércio ilegal de álcool atualmente é irrisório quando comparado com o trafico de drogas, por isso nenhuma facção explora essa possibilidade, a não ser na Chicago da década de 30, por Al Capone, mas isso já faz muito tempo. O fato de fazer mal ou bem ao usuário, pelo menos ao meu ver, é problema de cada um (embora seja de saúde pública). O que incomoda é que o usuário é a força motriz do tráfico (mas de maneira nenhuma a única), que os fazem ter o poder que têm atualmente.
    O fato de o consumo de drogas de abuso (o próprio nome já diz), haver sido proibido, foi pelo fato do mesmo já estar se tornando um problema de saúde pública naquele período. Algumas pessoas (um número ínfimo) conseguem utilizar a droga sem adquirir dependência ou fazer mal uso da mesma, mas a grande maioria simplesmente torna-se escravo dela, e é em relação á essas pessoas (a maioria absoluta) que justifica a repressão e proibição do uso.
    Você cita Freud como um usuário consciente de cocaína, mas sabes da história que levou Freud abandonar a droga? Pois lá vai…
    Freud usou cocaína de 1884 a 1895, dos 28 aos 39 anos de idade. É sabido que teve inicialmente um grande encantamento com a droga, vendo nela sua primeira chance de se tornar famoso e ganhar dinheiro, e com isso poder casar-se. Suas ilusões sofreram dramático impacto negativo quando tentou tratar seu amigo (e ex-chefe), o dr. Ernst von Fleischl Marxow, que era um dependente de morfina. Freud imaginou poder liberá-lo da dependência, substituindo-a por cocaína. Evidentemente o paciente fez uma mera substituição de uma droga por outra, vindo a falecer anos mais tarde, em decorrência disto. Tal fato chocou a consciência científica de Freud que desde então nunca mais usou remédios para tratar seus pacientes, tendo posteriormente desenvolvido a psicanálise, um tratamento, como sabemos, sem remédios. Deste ângulo, pode-se inferir que a psicanálise deve um tributo à cocaína, pelo menos no que tange às origens emocionais de Freud para desenvolver um tratamento que não precisasse manipular drogas.
    Isso demonstra que somente uma porção ínfima da população sabe administrar o uso de drogas de abuso. A maioria esmagadora não o sabe, como o amigo do Dr Freud demonstrou (utilizando o próprio exemplo que me destes) fazendo com que Freud abandonasse seu uso e de utilizar-la como medicamento. É devido á essa grande maioria da população mundial que se justifica a repressão ao uso de drogas de abuso, mas como já disse, somente repressão não adianta, também é necessário a EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO, para evitar que tenhamos que tomar atitudes drásticas para coibir o tráfico de drogas no futuro. O uso exagerado das drogas de abuso não surgiu da repressão, e sim a repressão surgiu do uso exagerado das drogas de abuso, o qual já estava tornando-se um gravíssimo problema de saúde pública.
    Quanto á sua pergunta “será que não está virando uma coisa esquemática?“
    O fato dos militares e instituições civis dedicadas a este tipo de estudo, definirem as gerações das tendências do combate moderno em um modelo “esquemático” é proposital, pois somente assim pode-se avaliar a evolução e as possíveis futuras tendências do combate (regular, irregular ou de 4ª geração), e assim estar preparado para enfrentá-las com grande possibilidade de sucesso, ou seja, saber como o inimigo pensa e como possivelmente vai atuar. É como um organograma para definir quem são os integrantes de uma facção criminosa.
    Um exemplo disso em caso de guerra regular:
    Através do estudo das tendências do pensamento militar corrente do exército francês (doutrina estática, baseada em fortificações armadas derivado da 1ª GM), o exército alemão desenvolveu um método utilizando unidades móveis e paraquedistas para atacar e conquistar a linha Maginot, pois um ataque frontal seria desastroso. Percebendo que a linha Maginot acabava na fronteira com Luxemburgo e Bélgica, os alemães atacaram-na e a conquistaram.
    Outro exemplo em caso de guerra irregular:
    Contrainsurgência na Malásia em 1948/1960, onde os Ingleses enfrentaram a guerrilha comunista nas florestas. Sabedores dos princípios básicos da guerra irregular, conquistaram o apoio da população através de melhorias nas vilas isoladas na floresta, e as protegeram, criando as chamadas “aldeias estratégicas” conforme preconizava o plano Briggs. Sabendo que a guerrilha necessitava destas vilas para obter suprimentos e novos soldados, os Ingleses armaram os camponeses e cercaram as vilas com arames farpados e minas, dando tempo para que os camponeses chamassem o exército britânico que viria ao seu socorro. Tais ações praticamente fizeram definhar o grupo guerrilheiro comunista pela retirada de sua base logística (aldeias).
    Já dizia Sun Tzu…
    “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas…”
    Sejam felizes ……

  27. ao meu ver, o ser humano é muito fraco(nas horas de desespero chamamos por deus ), a educaçao sem duvidas é essencial nestas horas, mas vejo um outro “elemento” que seria um complemento da educaçao e seria totalmente importante para a formaçao de cada individuo, esse elemento é a igreja, seja ela qual for , porem na minha visao, a igreja hj principalmente a catolica ja esta falida a seculos talvez(a igreja esqueceu que ao passar dos tempos a populaçao muda e que certas atitudes ou pregaçoes que eram feitas até entao devem ser mudadas.), antigamente a populaçao em quase todo o canto do mundo eram mais centrados em um ideal(mesmo sendo ignorantes e nao tendo muito conhecimento em quase tudo),
    bem acho que esta meio dificil de entender o que quero dizer, mas o resumo é que as religioes de todo o mundo tinham que crescer junto com o seu povo e aprender a lidar com os novos problemas e os novos pensamentos , vejo que a catolica esta falida neste contexto e vejo que a islamica por mais que seja atrasada e arcaica, o seu sistema ainda consegue ter a fé de seu povo chegando ao ponto de se matar pela sua fé, e vejo tb que o judaismo foi a que mais cresceu, o judaismo me parece que soube enfrentar as mudanças que ocorreram nas civilizaçoes, so que é uma religiao extremamente radical, igual ao islã.
    bem se tivessemos uma boa educaçao onde a igreja(qualquer uma)tivesse tb um papel fundamental na direçao de cada individuo , talvez aprenderiamos a ter um bom ideal e seguir um caminho maravilhoso rumo ao “sucesso”(este sucesso pode ser de varias formas), eu nao tenho religiao , tenho o meu ideal , acho que se as pessoas tivessem ao menos isso nao se perderiam em drogas ou em outros vicios, tenho certeza que iriam atras de tal objetivo.
    acho que o mundo so vai mudar quando acontecer algo “grande”.
    sds a todos.

  28. O Brasil está perdendo a guerra contra os narcotraficantes, pelos seguintes motivos:

    1) Não há vontade política em vencê-los. Há políticos que defendem os traficantes ? Temos que ver …
    2) A nossa justiça é cara, lenta e não funciona contra políticos e grandes empresários corruptos. As nossas leis são muito brandas;
    3) Os policiais que ganham pouco, tornam-se aliados dos traficantes;
    4) As Forças Armadas do Brasil não gostam de atirar nos traficantes (e não devem atirar, antes que os 3 ítens anteriores não sejam resolvidos).

  29. E. M. Pinto,
    Em relação as gerações de guerras, no site da UFJF tem um excelente artigo quanto a atual situação do EB e suas forças blindadas, com propostas para atualizações, modificações e modernizações. De alguma forma, encaixa-se ao contexto. Abaixo, o link:
    ashttp://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/FBEBP.pdf
    Abraços.

  30. Excelente análise tática e militar do atual cenário de conflitos que estão ocorrendo, ou podem vir a ocorrer em diversos pontos.
    .
    Vymphel o senhor ficou famoso, Luis Nassif, blogueiro conhecido, reproduziu sua matéria a respeito da guerra de 4ª geração, está na página dele.
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    Porém, permita-me fazer um adendo, ao conceito de narco-terrorismo, que discordo em parte.
    .
    O mesmo significa o alinhamento e conjugação de forças entre o narco-tráfico conglomerado em cartéis, de rede articulada em fluxos e transferências financeiras obtidas com atividades ilícitas das drogas ao redor do globo, com grupos insurgentes ou de formação guerrilheira de capacitação paramilitar.
    .
    Nesse aspecto, a doutrinação não necessariamente é a prioridade aos insurgentes, mas a capitalização de suas atividades que permita o sustento do movimento bem como de suas ideologias.

    Isso abre o leque das possibilidades de alinhamentos ou parcerias com as quais esses grupos, tanto quanto as narco-organizações, possam fazer.
    .
    Inicialmente, o Estado pode ser direta ou indiretamente o beneficiário do sistema, não participando, mas tendo agentes, instituições ou mesmo organismos vinculados/subordinados, que compactuam ou mesmo operam parte da logística envolvida na circulação de drogas.
    .
    Nesse contexto, a experiência histórica nos mostra, que a presença (quando existente) pode estar em qualquer um dos elos da cadeia de produção, distribuição intermediária e no caso brasileiro, mais recente com as milícias e tráfico no Rio, no varejo final combinado com o contrabando de armas para o asseguramento do poder territorial.

    Para isso, portanto, necessitando do grupo passivel ao armamento, a territorialidade, que tenderá a exposição frente à sociedade, resguardando-se a capacidade gerenciadora em hierarquias distantes dos bunkers de operações do varejo.
    .
    Esses aspectos da corrupção ou subvenção são mais orientados ao crime organizado, necessitado de múltiplos recursos de pulverização do lucro em paraísos fiscais, laranjas e atividades integradas ao fluxo de armas.
    .
    Abraços camarada, e vc está ficando famoso!

  31. Só lembrando, que sigo confiante numa política anti-drogas respaldada na Convenção de Pallermo, e nas

    diretrizes de congelamento de ativos do tráfico e perseguição aos agentes públicos, especialmente os de colarinho branco, pela auditoria interna e inteligência inter-instituições.
    .
    Segundo a UNODC, não podemos entrar nesse confronto unicamente pela cadeia produtiva, mas atingindo e

    regulamentando os mercados consumidores a investirem em tratamento e prevenção do dependente químico, e

    fiscalização dos principais centros de abastecimento e transporte, via monitoramento continuado (Vants e Foto-inteligência).

  32. Não vi uma referência à atuação das ONG$ internacionais e nacionalizadas, na doutrinação dos órgãos oficiais brasileiros e do povo para a entrega do território e a não resistência em caso de invasão.
    Algumas ONG$ divulgam o seguinte: “Se o Brasil for invadido não devemos resistir porque as terras são dos latifundiários e os gringos sabem cuidar melhor do que nós”.

    “Devemos entregar porque os povos “cultos” cuidarão melhor”.

    Eu acho meio supeito esse artigo, porque omitiu totalmente a atuação das ONG$ no terrtório brasileiro e as ONG$ são os principais instrumentos da GUERRA DE 4ª GERAÇÃO.

  33. Fernando Donatelo meu Camarada… obrigado pela crítica construtiva e pelo elogio, é isso mesmo que precisamos, debater para chegar a uma melhor visualização dos fatos, e assim, melhor resolver os problemas relativos a violência, valeu meu amigo!!

    Paulo Brasileiro, não diria suspeito, mas talvez não totalmente abrangente, pois se todos os ângulos do problema fossem abordados neste artigo, não haveria espaço para termina-lo. A questão das Mílicias e das Ong’s serão assunto para outro post, obrigado por comentar..

  34. O texto tem o mesmo erro crasso básico, tenta colocar situações completamente diversas no mesmo barco. Não existe narcoterrorismo no Brasil, porque não existe terrorismo, o terror tem por obrigação oferecer uma alternativa ideológica de poder. E além de caracterizarem-se por serem muito organizados e pelo fanatismo. O banditismo no Brasil, particularmente, no RJ não tem nenhuma dessas características, são apenas alternativas de sobrevivência. Em regra, as pessoas envolvidas com esse tipo de banditismo reproduz os mesmo padrões sociais vigentes, não desafiam o poder do estado enquanto alternativa de hegemonia, apenas querem espaços a margem da lei. E isso não se deu de forma organizada. E desse modo são facilmente desarticulados. Trata-se de um problema policial. Bem diferente dos outros exemplos arrolados. Infelizmente, essa tipo de pensamento recebe muitos holofotes, porém, explicam muito pouco as realidades históricas de cada um dos exemplos citados.

    []´s

  35. Paulo Rick, se vc pelo menos tivesse lido na íntegra o post, inclusive os comentários, vc veria que as comparações são limitadas as formas de organização e métodos para atingirem seus intentos, que de modo geral muito se assemelham ao que ocorre mundo afora, mas não são cópias exatas! se vc tivesse prestado atenção sobre o post, veria similaridades com atentados contra ônibus, delegacias e etc, perpetradas pelas facções criminosas e milícias (o que vc acha que eram os trens explodidos em londres e os atentados a bomba na irlanda? independente dos motivos políticos ou religiosos, o que queria era amedrontar e desestabilizar o governo vigente, para acatar as suas determinações), isso inclui o fator humano, com base em pessoas sem horizontes em sua vida (ou não) que integram a “massa de manobra” dessas facções. se fossem tão facilmente desarticulados, pq ainda existem depois de anos? O fator político, religioso ou ideológico diferenciam as situações, mas de forma alguma são os únicos (similar ao Brasil foi o assassinato do juiz Giovanne Falcone na Itália, pela Cosa Nostra, num claro caso de intimidação contra futuros juízes que se opunham a máfia) e se não são organizados, como conseguiram o levante nas cadeias de SP em 2001 e 2006? No rio de janeiro, fecham o comércio por ordem dos traficantes, metralham o prédio da prefeitura do RJ ou matam políticos que se voltam contra as milícias. Se não desafiam com estas atitudes o poder do estado, que ações são essas afinal? será que estão rodando algum filme de ação do Stallone???
    Se fosse problema somente policial como dizes, bastaria aumentar o efetivo e arma-los mais ainda, como se vem fazendo todos esses anos, e adiantou alguma coisa? e tem gente que ainda não acredita em narcoterrorismo no Brasil?
    Enquanto existir desigualdade social e seus males acessórios, sempre existirá terreno fértil para o que acontece hoje no Brasil, e isso diferencia das outras regiões do mundo!
    Creio que conheças pouco do assunto, pois vc foi de encontro a tudo que foi dito e debatido e não contestou nada com fatos ou base para debates, pesquise futuramente para podermos debater sadiamente, e não ficar chovendo no molhado…..

  36. O Brasil é o país, que possui a maior ação de narco-terroristas urbanos e terroristas de crime organizado desse planeta.Se usam armas de guerra, não são bandidos comuns, mas uma força paramilitar e terrorista.
    De quem é a culpa por termos chegado a tal ponto ?
    Dos 3 Poderes da República,dos últimos 25 anos, e sem dúvida das Forças Armadas Brasileiras (Almirantes, Generais e Brigadeiros como um todo).
    Pessoal,omissão também é crime.
    O Brasil hoje se encontra em guerra interna.
    Quantos políticos corruptos se encontram presos ?
    Não me lembro de nenhum.
    Quem enriqueceu no meio político ?
    Bem que a ONU poderia nos ajudar, pressionando o Governo Brasileiro a tomar providências efetivas para colocar os políticos corruptos na cadeia,dos últimos 30 anos para cá.
    Corrupção política passa a ser crime hediondo e imprescritível.Omissão em punir o corrupto,também passa a ser crime hediondo contra o povo.

  37. Novamente Vympel você está citando exemplos de São Paulo, mas o que ocorre em SP pouco tem haver com o que ocorre no RJ, oras explodir bombas ou qualquer ato criminoso, é igual em qualquer lugar do mundo, o que difere é o móvel do autor, se ele pertence a uma organização ou não. O que se vê no RJ é um ajuntamento. Nem de longe pode ser comparado sequer com que ocorreu em SP, muito menos a essas outras organizações terroristas. É até mesmo complicado fazer uma comparação de cada morro no RJ. Quanto a dificuldade de combater tais ajuntamentos, como podemos ver o que o ocorreu no Complexo do Alemão, se deve muito mais a completa incompetência e falta de vontade política em resolver tais situações, do que qualquer qualidade desses ajuntamentos em morros.

  38. Camarada, parece que agora você leu a matéria na integra !!!
    a única coisa que não percebeste é que o que acontece a décadas no rio de janeiro (organização do comando vermelho ainda na ilha grande e a transposição desta organização para os morros cariocas) é exatamente o que pode ser considerado semelhante á algumas organizações extremistas no mundo (arregimentação de soldados, infiltração na vida pública e organização vertical, por exemplo), somente mudando sua motivação. O CV forma advogados nas melhores universidade para no futuro, terem quem os defenda com todas as forças possíveis, suborna políticos para que certas decisões na esfera judicial sejam a seu favor, corrompe policiais para que estes sejam coniventes com seus negócios e etc…
    Ou seja, estão mais e mais se infiltrando nas organizações estaduais, e você ainda acredita que não são organizados?
    Ainda digo que as milícias são muito mais organizados que os traficantes!!!!
    além disso tudo que os traficantes fazem acima, os milicianos elegem através de seu lobby político (ou pura intimidação) elementos que ocuparão altos cargos na policia civil e militar e no ministério público (basta ver o que aconteceu na operação “guilhotina” da polícia federal, acabei de ver no jornal nacional!), os quais corroboram com suas ações em bairros no rio de janeiro, visando sempre lucro através da “proteção” de comunidades…
    O que acontece em SP É MUITO PARECIDO (NÃO IGUAL)COM O QUE ACONTECE NO RIO SIM, A DIFERENÇA É QUE NO RIO, OS TRAFICANTES APRENDERAM A FICAR “NO SAPATO” PARA NÃO “DAR BANDEIRA”. Se lembra o que aconteceu com Pablo Escobar e o seu cartel de Medelín? por viver dizendo arrogantemente que era “o rei da droga” atraiu atenção mundial para si, o que resultou na sua morte e no desmantelamento de seu cartel. O cartel de Cáli ainda existe por ser discreto..
    No rio de janeiro o que realmente aparenta é um ajuntamento, e é exatamente isso que os grandes traficantes querem que vocês acreditem, pois o sigilo ainda é a melhor escolha para continuar os negócios ilegais (como eles dizem, “malandro não grita”). Logo após o que ocorreu em SP, o Marcola foi isolado em presidente bernardes, o que ele ganhou com toda essa agitação, essa demonstração de poder? ganhou notoriedade e por isso foi encarcerado na solitária!
    Os traficantes no rio de janeiro tentam atrair o menos possível de atenção da mídia. Outro exemplo foi a execução de Marcinho VP, que foi devido ao “discurso ideológico” que o mesmo pregava, que passou a atrair atenção até internacional! o resultado disso foi que ele apareceu estrangulado numa lixeira em bangu III no ano de 2003, a mando da cúpula do CV. Você sabe quem são os pequenos traficantes.Mas e os grandes? os que realmente comandam os morros cariocas? quase ninguem sabe deles!! Você acredita que Beira mar é o grande traficante? ele somente é o cara que cuida das barracas na feira, camarada! e é exatamente para isso que ele serve, de “boi de piranha”..
    Você ainda acredita que os criminosos do rio não são organizados? Quanto a incompetência, também discordo de você, pois infelizmente quando se quer, o poder público resolve o problema, mas só quando eles querem. Antes o problema fosse somente incompetência…

  39. O mais claro artigo que ja tive contato, expondo detalhadamente as causas e principalmente solucoes para o enfrentamento desse problema de prismatica social e com praticas de terrorismo e guerra de 4g (o que muda e apenas o componente ideologico – aqui de reivindicacoes sociais ao contrario de outros que e sobre legitimidade de um estado)…

    Parabens ao autor do artigo…

  40. Por Jupter!!! O tempo esta veloz mesmo pois já estamos no meio de 2011, e o mais incrível é a velocidade da perda de memória do brasileiro pois vejo mais sobre a queda das torres de NY do que a batalha da Vila Cruzeiro na mídia !!
    E concordo que a guerra esta só começando mesmo. logo veremos uma nova faze.

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