O que enfraquece a China

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Para muitos, parece que chegou o século da China. O país se tornou o centro de uma rede mundialmente integrada de fornecimento de produtos manufaturados, o maior credor e exportador do mundo e a segunda maior potência econômica em termos de produto interno bruto. Na próxima década, seu crescimento pode gerar um PIB maior do que o dos EUA e aumentar a renda per capita de US$ 3.700 (R$ 6.323) para cerca de US$ 13 mil (R$ 22.217). Mas ainda é prematuro concluir que a China logo se transformará na maior superpotência global.

Primeiro, o desenvolvimento da China atingiu um ponto em que uma nova rodada de extensivas reformas econômicas, sociais e principalmente políticas são necessárias para impulsionar o país adiante. (O primeiro-ministro britânico David Cameron apontou timidamente para isso durante sua visita ao país em novembro.) Comparadas às reformas de mercado que começaram em 1978, depois da morte de Mao Tsé-Tung, estas reformas seriam mais drásticas, ameaçariam mais o domínio do Partido Comunista e seriam mais desafiadoras para as normalmente frágeis instituições chinesas.

Em segundo lugar, embora a ascensão da China seja amplamente admirada, também é vista com suspeita – não só no Ocidente, mas também na Índia e em outras nações da Ásia, que tentarão colocar obstáculos no caminho da China.

Um grande obstáculo é a crise financeira global. Os países ricos, que ainda respondem por cerca de três quintos da produção mundial, estão passando por um período de austeridade. O valor monetário de seu PIB poderá se expandir em cerca de 3% ao ano durante a próxima década, em comparação ao dobro dessa taxa durante o longo período de expansão antes da crise. Isso representará um grande choque econômico para a economia de exportação da China. Como uma corda de bungee jump, a produção voltou a subir depois de descer ao chão em 2009 – mas esta é apenas uma retomada antes de uma nova queda.

Além disso, se as nações devedoras do Ocidente, incluindo os EUA e a Inglaterra, forem obrigadas a reduzir a dívida privada e pública, o sistema global só funcionará bem se a China, o maior credor do mundo, economizar menos. Por enquanto, a poupança bruta de 53% do PIB da China impulsiona seu grande superávit comercial, que gera cada vez mais tensões globais por causa de sua taxa de câmbio e políticas econômicas.

Esses “desequilíbrios globais” não resolvidos não estão apenas no cerne da crise financeira, mas também por trás das recentes “guerras monetárias” e da incidência crescente do protecionismo sobre o comércio e as contas de capital. De acordo com o grupo independente de monitoramento Global Trade Alert, o Grupo dos 20 países que se encontraram em Seul em meados de novembro responde por mais de 400 medidas de restrição ao comércio implementadas nos últimos dois anos. China, Brasil e África do Sul, entre outros, estão segurando suas moedas e restringindo ou impondo controles sobre o influxo de capital estrangeiro.

Resumindo, portanto, o modelo de desenvolvimento da China precisa mudar se o país quiser continuar prosperando. Seus líderes precisam levar os avanços econômicos das cidades ricas para o interior negligenciado, das regiões costeiras avançadas para as cidades menos desenvolvidas, e dos investimentos na indústria e produtos manufaturados para a demanda dos consumidores e o setor de serviços.

A China também terá de transferir a renda e a formação de riquezas das companhias para os consumidores, adotando uma taxa de câmbio mais flexível e permitindo o desenvolvimento de taxas de juros determinadas pelo mercado. Ela terá que aumentar os salários e ampliar a seguridade social e o sistema de saúde. E terá que reformar as empresas estatais para permitir que elas transfiram os lucros de volta para os lares por meio do pagamento de dividendos.

No rascunho do “12º Plano de Cinco Anos”, que deve ser aprovado na primavera de 2011, a China começará a debater reformas nessas linhas, assim como propostas para o aumento dos preços da terra, energia e água para combater a degradação ambiental e a poluição. Mas parece pouco provável que aconteça uma reforma radical antes que a nova liderança se instale no poder em 2012. A forma como a China progredirá será responsabilidade do sucessor de Hu Jintao, Xi Jinping, um engenheiro hidráulico de formação e recentemente nomeado para a sucessão, que já governou duas províncias costeiras, Fujian e Zhejiang. Xi, relativamente desconhecido, não é tão respeitado ou experiente quanto a maioria de seus predecessores. Para muitos observadores da China, ele parece uma escolha segura – e não um reformista radical.

O tema principal, entretanto, não é a necessidade de mudança, mas sim se o Partido Comunista tem disposição para isso. Estima-se que até 100 mil incidentes de revoltas aconteçam a cada ano no país, o que o sociólogo Yu Jianrong chama de “incidentes de manifestação expontânea” contra salários, condições sociais, corrupção e injustiça. A mudança econômica e política será ainda mais perturbadora e potencialmente impopular.

Ao mesmo tempo, no mundo, a assertividade da China está começando a encontrar uma resistência maior. A China pediu veementemente uma reforma da governança financeira global, das políticas de instituições como o Fundo Monetário Internacional e do papel do dólar norte-americano. Ela está construindo uma nova Estrada da Seda, que se estende para o Oriente Médio e a África, onde ela troca o apoio político, produtos e conhecimento pelo acesso a recursos naturais essenciais. Enquanto maior emissor de dióxido de carbono do mundo, a China é essencial para as negociações da mudança climática, e também está desenvolvendo uma posição de liderança em tecnologias de baixo carbono.

Não são apenas os EUA que veem essa nova China com suspeita, mas também a Índia e o Japão, entre outros. A recente colisão de um barco de pesca chinês com duas embarcações da patrulha japonesa próximo às disputadas Ilhas Senkaku – um pequeno arquipélago na costa nordeste de Taiwan – fez com que o ministro de Exterior do Japão, Seiji Maehara, questionasse se agora os países estão vislumbrando “a essência da China”.

Suas preocupações não foram atenuadas pelo anúncio, em outubro, de um embargo chinês sobre a venda de metais raros, que são usados em tecnologias modernas, e sobre os quais a China praticamente tem o monopólio. Nem foram atenuadas pela expansão da capacidade naval da China, e de sua aquisição incansável de partes de companhias e de recursos naturais globais, incluindo as areias petrolíferas do Canadá, a maior companhia de gás metano da Austrália, no setor de óleo e gás do Brasil e nos setores náutico, de telecomunicações e de imóveis da Grécia.

Uma reforma interna bem sucedida transformará a China num ator menos irritadiço no cenário mundial. Mas esse sucesso não está de nenhuma forma garantido; ele exigirá mudanças substanciais nas leis, na política e nas instituições chinesas. Estas mudanças seriam apropriadas para uma economia moderna com uma classe média economicamente empoderada, mas podem ser uma ponte muito distante para o ainda confucionista, embora não mais marxista, Partido Comunista.

Se o partido – que é dividido entre a facção liberal e conservadora – mostrar-se disposto a ceder o controle, então ele próprio perde, mas todos os demais ganham. Se o partido não estiver disposto a mudar, uma China mais fraca e mais nacionalista irá comprometer seu futuro e trazer instabilidade ao mundo.

(George Magnus é autor de “Uprising: Will Emerging Markets Shape or Shake the World Economy?”)

Tradução: Eloise De Vylder

Fonte: UOL

23 Comentários

  1. em quanto a china governar com braço forte sendo dona de seu nariz e não dando ouvidos ao ocidente éla cresera,pois a china economisa muito com bandidos,lá bandido e traficante pena de morte,aqui o governo gasta milhões para manter esta corja,enquanto o ocidente bate cabeça para contruir prisões de segurança maxima,a china elimina e economiza,e os cidadãos tem uma vida mais tranquila e produsem muito mais.

  2. pois eh a china não vai durar muito “na minha opinião”, a base da economia chinesa e a de desvalorização da sua moeda frente ao dolar e euro mais isso vai mudar “creio eu” a U.E. e os USA e até mesmo o Brasil já criticaram a moeda chinesa e acreditem qndo alguém começa criticar algo é porque tá querendo mudança logo logo a china vai acabar pressionada seja por sanções ou por pura pressão a colocar a sua moeda num cambio flutuante (‘até porque se ela não fizer isso cada vez mais países sub desenvolvidos faram igual e desvalorizarão suas moedas”) oque valorizaria muito sua moeda fazendo com que seus produtos ficassem mais caros e nem tão baixo em questão de preço como é hoje…
    Podem ver que o Dolar mesmo ja esta se desvalorizando com a enxurrada de dinheiro colocado pelo Obama na economia

  3. mais la e democracia….democracia e quando eu mando e vc obedece….ditadura e quando vc mando e eu obedeco…..aqui no brasil e democracia facista…..

  4. Temos que fazer igual a carrapatos e grudar no pescoço da china suga até a última gota antes da morte…
    Certamente que mais cedo ou tarde a China vai cair temos que aproveitar a carona agora. Sem recursos naturais que sustende sua nação e sua indústria podemos fazer deles os nossos clientes e abusar da boa vontade.

  5. E O BRASIL.
    .
    Já o Brasil,uns dos seus muitos pontos fracos,são: a desigualdade social que ainda é muito elevada;a educação, de um modo geral, que é muito precária;a previdência que é uma verdadeira bomba relógio,e a infra estrutura social(habitação,saneamento,hospitais,…)é decadente.
    São para mim, as três coisas urgentes que este pais tem que fazer para já!

  6. Diria que o articulista deveria ler o poeta argentino José Luiz Borges para deixar a mente eurocentrica de lado e ver quão é diferente da nossa a lógica ocidental. Esse economiques ocidental é impotente para compreender a dinamica chinesa. Oh dó!

  7. 1.Acho dificil a China “cair” tão cedo. Maior credor do mundo, com reservas superiores ao PIB do Brasi; maior poupador do mundo – taxa de 53% sobre o que produz;
    2.Mas nem tudo são rosas – “n” etnias, “n” linguas oficiais, desigualdade fantastica campo versus cidade, problemas ambientais colossais,inclusive morte e assoreamento de rios importantes e desertificação, reduzindo ainda mais a area agricultável, problemas sociais idem.
    3.Terá problemas, aliás, já os tem, não mostrados, apenas identificados, perderá velocidde, mas, cair, não.
    4.Mas vamos defender nossas indústrias, p. exemplo, brinquedos – eles não seguem nossa regulamentação de saúde ou proteção as crianças, usam tintas perigosas para o ser humano; outro exemplo, comparem as panelas de aço chinesas com as produzidas pela Tramontina, sintam a espessura e quantidade de metal utilizado. E, por aí vai. Multipliquem esses exemplos pelas coisas corriqueiras ao seu redor. E vamos fazer nosso dever de casa.

  8. Sr. George, o nobre ingles, receita democracia pros chineses, He, He, He
    O Sr. sabe muito bem o que a democracia fez com a Russia, pais de tradição imperial, expancionista, potencia…
    Acha mesmo que em algum dia a Russia se tornará democratica???????
    O Japão, era imperial, expansionista, potencia…
    Para se tornar a democracia que é hoje precisou ser varrida com nada menos do que duas bombas atômicas.
    A China tem tradição imperial, expansionista, potencia…
    Alguem acha que um dia irá se tornar democratica????
    Ou será que alguem irá lançar duas bombas atômicas sobre a China????
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    “Uma reforma interna bem sucedida transformará a China num ator menos irritadiço no cenário mundial”.
    O Sr. acha que os milenares chineses que tem mais Cultura que a vã Inglaterra vai acreditar em uma balela desta???
    Alguem já viu democracia em uma nação com mais de UM BILHÃO DE PESSOAS??????
    Quem, Índia??????Democracia????
    Que seja. Vamos lembrar que por questão de 5.000 anos de cultura a grande parcela da população indiana suporta de bom as CASTAS e A POBREZA OU MELHOR A MISERIA (determinadas CASTA QUE SÓ TEM POR DIREITO LEVAR MERDA NA CABEÇA, E QUE LUTA POR DIREIRO DE USAR LUVAS para trabalhar, ISSO É REALMENTE UMA DEMOCRACIA DE MERDA).
    Além do que: 25 partidos diferentes formando um governo,(são PARLAMENTARISTAS, o governo precisa de maioria) fica impossível ter qualquer política coerente de longo prazo em termos de infra-estrutura, educação e saúde.
    Os partidos são fieis aos interesses regionais e só depois aos nacionais.
    Cerca de um terço dos parlamentares eleitos para a Lok Sabha (CASA DO POVO) no ano passado é alvo de acusações criminais, sendo que metade deles responde por acusações criminais graves.
    (Ei, PESSOAL SEM GRAÇA, não estamos falando do BR).
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    “A mudança econômica e política será ainda mais perturbadora e potencialmente impopular.
    aumento dos preços da terra, energia e água”.
    Estamos falando de um bilhão de chineses pelos interiores da china que não estão participando desta bonança.
    UAU!!!!!

  9. Carlos Argus
    Lamento lhe informar mas não existe democracia. Em lugar algum do planeta. Isso que dizem ser democracia é apenas um controle disfarçado. Só ganha as eleições quem interessa aos poderes mundiais, aos poucos que comandam essa joça. Não se iluda com essa palavra.
    Bem diziam os romanos: panis et circensis!

  10. Acho uma grande baboseira, isso de que a ausência de democracia implica em fraqueza política do país. Na verdade, a ditadura tem feito um bem inquestionável à China. É por causa da ditadura que eles não têm um Congresso infestado de oposicionistas sem visão nacionalista, de gente que faz oposição só porque não quer ver o sucesso de seus adversários de partido no governo: algo que é comum em democracias de terceiro mundo (o Brasil, por exemplo), mas que também vemos hoje em democracias mais maduras: por exemplo, os EUA (talvez um indício de que os EUA e o mundo desenvolvido estão em transição para se tornarem parte do terceiro mundo). É por causa da ditadura que os chineses podem executar reformas e alocar recursos para investir pesado em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país – por exemplo, a de infraestrutura – sem ter que escutar a lobbies ou se preocupar com a lentidão de uma burocracia intrincada ou de um Congresso de folgados. E é por causa da ditadura que os líderes políticos do país não têm que sofrer com ataques e distorções de uma imprensa enviesada ou alugada por grupos de interesses antipáticos ao governo. E aqui eu lembro que, na época da ditadura, o Brasil também teve um governo tão competente quanto o que a China tem hoje. E foi na época mais repressiva da sua ditadura, os anos de Médici, que o Brasil cresceu mais.
    .
    Dizer que a China precisa de reformas de abertura política, sem dizer o porquê dessas reformas ou como elas solucionariam os problemas que o autor aponta em seu texto: isso não me convence. Soa bonito para os idealistas, para aqueles que acreditam que liberdade, quer ou econômica ou política, sempre serve aos interesses gerais da nação. Mas lembremo-nos aqui da Rússia: do fracasso de sua política de abertura político-econômica dos anos 90.

  11. Estão querendo fazer a China parar de crescer. Competição econômica é guerra. Não é a moeda da China que está desvalorizada, mas a economia de guerra que eles vivem,com baixos salários e trabalho árduo. Parece que um engenheiro na China está ganhando hoje R$ 1.000,00 / mês e eles moram e se alimentam em comunidades próximas ao trabalho.
    Eu prefiro o Regime da China no Brasil, do que a corruptocia + impunidadecia + bancocracia + populismocracia brasileira.
    Nós não servimos de exemplo para nenhum país do mundo no momento.
    Temos os piores políticos da Via Láctea, e quiçá do Universo. Não estou vendo uma luz no final do túnel para o Brasil.
    A nossa Dívida Interna já está em 1 trilhão de dólares, e o que foi feito com esse dinheiro, sem contar o pagamento da dívida interna ?
    Como pode os juros do cheque especial anual ser de 120%aa para uma inflação de 6%aa ?

    O banco que apresentou a maior taxa média anual de cheque especial foi o Banco Safra, com 12,3% a.m.; a menor taxa foi praticada pela Caixa Econômica Federal,com 7,02% a.m
    Se fosse na China, isso daria fuzilamento.
    Se fosse no Irã, enforcamento ou apedrejamento.
    Se fosse nos EUA, 20 anos de cadeia.
    Alguma coisa está errada com o nosso país.
    Os políticos roubam, e ninguém vai para a cadeia.
    Será que o Grande Satã com sua legião de capetas, escolheu o Brasil para morar ?
    O povo pode acompanhar a fortuna dos políticos ? Não.
    Parabéns aos chineses. Cuidado com a guerra econômica, que é igual a uma guerra convencional.

  12. Mais um ponto fraco da China é a poluição gerada nesse processo que aumenta proporcionalmente a seu crescimento. Este fator esgotará os parcos recursos que ela possui: água potável, terras cultiváveis. Logo gera uma dependência cada vez maior das importações de alimentos e o Brasil é beneficiário.
    Outro ponto fraco é a dependência das exportações da sua industria. Se houvesse uma onda de protecionismo no mundo seria um desastre para ela. Já disseram que o mercado interno chinês é enorme e pode por si só sustentar sua indústria de um mercado consumidor. Más eles dependem de importações de matérias primas e alimentos o que geraria deficit na balança e evasão de divisas. Ou seja insustentável num cenário protecionista. Este cenário pode não ser improvável, a globalização gerou desequilíbrios e blocos de livre comércio estão desmoronando.
    Falei muita bobagem? hehe

  13. Dizer que o regime político chinês é uma ditadura é uma inverdade. Lá existe a prática da alternância de poder e há voto popular.
    Diferente do ocidente, onde existem “dois” partidos, o que manda e os que querem mandar, lá existe apenas 1 partido político com várias facções. Na prática não é muito diferente daqui já que não sabemos diferenciar um partido político do outro.
    Também lá o voto popular é restrito aos que fazem parte do partido único e não direito de todos os cidadãos. O que também no frigir dos ovos da no mesmo, já que aqui as oligarquias se perpetuam por força do poder econômico e por força de colocar a serviço do partido a máquina estatal.
    E o Congresso que seria um divisor de águas pelo menos no Brasil só serve de bancada de discursos e cabide de empregos, com muito pouco a oferecer na prática.

  14. A china pode cair muito, os EUA também, mas isso não quer dizer que serão pobres. A economia americana ainda é a maior mesmo depois da crise, e pode cair muito que continuarão sendo os manda-chuvas durante todo o século XXI, o mesmo vale para os chineses.

    Quem acha que vai ver esses países no mesmo patamar do nosso, ou abaixo, vai apostar no cavalo errado..

  15. Se a presença de eleições descaracteriza um regime como ditadura, a ditadura brasileira, então, não foi uma ditadura: havia eleições legislativas, e havia alternância de poder: o presidente militar governava o país durante um termo de cinco anos.
    .
    Na China, pode até haver eleições populares — mas quem ocupará os cargos mais importantes do país, isso é o partido, não o povo, que o define. Hoje já se sabe até quem substituirá o presidente da China, Hu Jintao. E o seu sucessor, não foi o povo que o apontou.

  16. Dandolo disse:
    “O banco que apresentou a maior taxa média anual de cheque especial foi o Banco Safra, com 12,3% a.m.; a menor taxa foi praticada pela Caixa Econômica Federal,com 7,02% a.m”
    Pois é, e o que reza a Constituição?
    “As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e Quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar.”
    (Constituição da República Federativa do Brasil; Artigo 192, §3º.)
    E o que dizem os juristas?
    http://jus.uol.com.br/revista/texto/725/limitacao-constitucional-dos-juros-e-a-visao-do-supremo-tribunal-federal
    Ou seja, os bancos só aprenderão quando choverem processos nas suas cabeças…

  17. Caro Bosco, privilégio meu esta aqui com você.
    Mas, me diga lá.
    Argentina e Brasil durante a ditadura teve alternância de poder.
    No Brasil durante a ditadura votávamos.
    Éramos uma democracia??????
    —————————
    A alternância do poder é apenas uma das requisitos do que chamamos de democracia, assim também como o voto direto ou indireto.
    Roosevelt ficou doze anos no poder contudo EUA não viveu uma ditadura e só não ficou 16 anos por que morreu, a mulher de ferro onze anos.
    As más línguas dizem que na China o que existe é alternância de gangs, já que a decisões são entre muros, e quando chega na assembléia é só e votar, qualquer voz contrária que crie uma ruptura, resulta em paredão, é o motivo é sempre o mesmo “o fulano será fuzilado porque roubou o estado”.
    —————————
    SITE OFICIAL DA EMBAIXADA DE CUBA NO BRASIL:
    “Cuba defende e apóia o direito dos povos à livre determinação, reconhecida internacionalmente como um direito inalienável no consenso atingido na Conf. Mundial de DH, celebrada em Viena, em 1993”.
    AGENCIA CUBANA (Seg, 21 de Janeiro de 2008).
    O povo cubano foi às urnas ontem (20) para eleger 614 deputados que vão compor a Assembléia Nacional (Parlamento). Apenas duas horas após a abertura da votação, 39,66% dos mais de 8 milhões de eleitores com idade superior a 16 anos já haviam se manifestado.
    Tem democracia em Cuba???
    ———————————-
    Que eu saiba o que existe na China é um partido “PCC”
    qualquer coisa que não esteja dentro, os tanques passam por cima, desde que longe da TV, He, He…isto para mim é monopólio.
    Cada a imprensa chinesa??não passa de meio de propaganda e slogan do grande partido.
    O que acontece atualmente com o Google, assim como os sites sociais na China???
    —————————————–
    Ei, valeu por ter pensado e não desistido de está com a gente.
    A vida tá cheia dos ademirzinhos da vida.
    Abs

  18. Rafael,
    Regimes democráticos ou autoritários não são como uma luz apagada e uma luz acesa, ou como o preto e o branco.
    Existem nuances intermediárias. Foi isto que eu quis dizer no meu comentário.
    Nem a China é uma ditadura plena e nem o Brasil é uma democracia plena.
    Em termos de democracia a China teria nota 4, o Brasil 8 e o Canadá 9,9; e a Coréia do Norte 0,1.
    Talvez o Brasil da ditadura militar receberia uma nota 4,5.
    Este artigo é interessante e fala sobre o sistema político adotado na China. Se tiver tempo é uma boa leitura.
    http://portuguese.cri.cn/chinaabc/chapter2/chapter20101.htm
    Um abraço.

  19. A China é uma ditadura perversa, que esmagou o Tibet, e esta levando os tibetanos e sua cultura a extinção.
    Em troca tem direito as tecnologias da Vida Moderna.
    É assim que faz com seu povo.
    O dissidente chinês Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz 2010, cumpre pena de 11 anos de prisão por expor suas ideias.
    Professor de filosofia na Universidade, seu objetivo garantir que eles possam implementar os direitos consagrados na Constituição chinesa, a liberdade de imprensa, de expressão, multipartidário, entre muitos outros.
    Democracia na China só se controla.
    ————–
    Democracia RELATIVA – LIBERDADE RELATIVA – JUSTIÇA RELATIVA – RESPEITO RELATIVO, AMOR RELATIVO, ESPOSA RELATIVA, HOMEM RELATIVO (DEPENDE da ocasião).

    aBS

  20. Nilo,
    Concordo integralmente com o que disse assim como concordo com o que disse o Rafael.
    Meu comentário foi muito mais com sentido alegórico, fazendo uma crítica a nossa “democracia”, do que propriamente um tratado sobre sistemas políticos ou regimes de governo, mesmo porque, meus conhecimentos sobre o tema são apenas marginais.
    A máxima da idealização que diz que a “democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo” realmente é difícil de ser alcançada tanto pelos países que são reconhecidamente democráticos quanto pelos que não são, havendo muitos que conseguem satisfazer dois dos três critérios, mas deixando a desejar o mais importante deles, que é o “para o povo”.
    Talvez um país como a China, com 1,5 bilhão de indivíduos e com 5000 anos de história à parte do mundo ocidental, não se adeque a forma clássica de democracia e tenha lá seu jeito de ser e seus valores próprios, buscando à sua maneira o melhor para a coletividade.
    Mas reafirmo que concordo com suas considerações e que apesar de considerar a nossa “democracia plena” meio que cambeta, prefiro ela a forma de governo chinês, independente de como seja visto ou se autodenomine.
    Só teremos uma democracia realmente “para o povo” o dia em que tivermos um povo culto, íntegro e livre das amarras do fisiologismo, do clientelismo, do populismo e de todos os ismos que têm como origem o poder econômico e a máquina estatal trabalhando para fins pouco louváveis, além de instituições democráticas realmente vigorosas, corajosas e independentes que coíbam qualquer atentado contra o bem maior da sociedade, repetindo um velho chavão, “doa a quem doer”.
    Só com o tempo e a duras penas iremos forjar uma classe de cidadãos que conquiste uma democracia plena.
    Um abraço.

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