Primeiro Scorpène da Marinha do Brasil terá quilha batida no final de maio

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O primeiro dos quatro submarinos Scorpéne, de tecnologia francesa, comprados em 2008 pelo Brasil, começa a ser construído no dia 27 de maio. A cerimônia de corte das chapas destinadas à proa será realizada às 10h, no estaleiro DCNS, em Cherbourg. O relógio digital que marca a contagem para a entrega do navio, no segundo semestre de 2016, será ativado na mesma ocasião.

Os outros três submarinos do tipo S-Br sairão, até 2021, do novo estaleiro que a Marinha está construindo em Itaguaí, no litoral sul do Rio.

O recebimento do modelo movido a energia nuclear, o SN-Br, está definido: será em janeiro de 2022, com chances de ser adiantado um pouco, para novembro de 2021.

Esse cronograma justo esteve sob sério risco de sofrer um atraso estimado em um ano, em decorrência da dificuldade do governo brasileiro em liberar cerca de R$ 100 milhões do downpayment, um adiantamento sobre o contrato de 6.790 bilhões, destinado ao início das operações.

Na França, reconhece um executivo da DCNS, o tamanho e o caráter do acordo – que prevê fornecimento amplo de tecnologia, incluindo o casco e sistemas não atômicos do navio de propulsão nuclear – são incomuns e implicam obstáculos inesperados.

O Comando da Marinha reduziu os danos antecipando recursos de seu próprio orçamento para a execução de trabalhos preliminares, como o Estudo de Impacto Ambiental e a produção de informações necessárias aos projetos dos novos estaleiro e base.

“Com isso, o retardamento ficou limitado a três meses, perfeitamente possíveis de serem compensados ao longo dos 144 meses, 12 anos, de duração do compromisso” explica o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O documento principal foi assinado em dezembro de 2008. A negociação dos contratos adicionais consumiu nove meses, saiu em setembro de 2009. Nos termos do tratado, o downpayment deveria ter início no dia 30 de outubro.

Começou em dezembro

Antes disso, em abril do ano passado, foi formalizado um Termo Aditivo, criado para reorganizar o calendário do programa e compensar a demora na liberação da verba. “Na medida em que os pagamentos foram integralizados, as ações foram sendo cumpridas”, explicou o almirante Júlio Moura Neto, comandante da Marinha.

Outros dois integrantes do almirantado alertam para a necessidade de uma ação mais dura e exigente no fluxo da transferência de tecnologia, cláusula fundamental do negócio. Os oficiais superiores argumentam que a indecisão havida em alguns momentos dessa fase preliminar não pode ocorrer mais adiante, quando a operação atingir os itens sensíveis do programa.

Estaleiro e Base

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O tempo do empreendimento é 2015 e no momento está limitado ao primeiro movimento de terras na Ilha da Madeira, em Itaguaí, baía de Sepetiba, no litoral fluminense. Ao lado das instalações da Nuclep, o braço industrial do complexo nuclear do Brasil, o grupo Odebrecht começa a obra da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, UFEM. Depois virão um avançado estaleiro e uma base de submarinos de alta sofisticação. O presidente Luis Inácio Lula da Silva vai visitar o local até o final de julho. Deveria ter feito isso no dia 6 de abril, mas a assessoria do Palácio do Planalto considerou que não havia muito para ser visto e decidiu por um adiamento – dificuldades de agenda, foi a justificativa formal.

O pacote completo da infraestrutura vale 1.868.200.00 para a Construtora Norberto Odebrecht, majoritária no CBS, Consórcio Baía de Sepetiba, formado pela DCNS da França e pela Marinha do Brasil, que detém a golden share, o direito de veto. As áreas envolvidas somam 980 mil metros quadrados, dos quais 750 mil m² na água. O acesso ao conjunto se dará por um túnel escavado em rocha de 850 metros de comprimento e uma estrada exclusiva de 1,5 quilômetro. Haverá 2 píeres de 150 metros cada um e 3 docas secas (duas cobertas) de 170 metros. No total, serão 27 edifícios. A dragagem passa de 6 milhões de metros cúbicos. O plano da obra prevê a geração de 700 empregos diretos. Pronta, a instalação poderá dar apoio técnico a uma frota de 10 submarinos, e terá capacidade para construir duas unidades novas simultaneamente.

Um dos prédios, destinado ao procedimento de troca do reator do navio nuclear ou do combustível, será alto, equivalente a 16 andares. Os submarinos vão circular, entrar e sair das instalações por meios próprios, movimentando-se por uma zona molhada com 340 mil m².

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) implica a integração de diversos cronogramas. Um deles, o do domínio completo do ciclo de enriquecimento do urânio usado no reator dos modelos nucleares, está virtualmente concluído. A última etapa, a fábrica de gás de urânio, está pronta em Iperó, a 130 km de São Paulo, no Centro Aramar, da Marinha. Os testes serão iniciados agora. A produção, 40 toneladas por ano, em dezembro. No mesmo local o pavilhão do LabGene, para abrigar o reator do SN-Br, segue em ritmo acelerado – será ocupado daqui a dois anos. Em agosto seguem para Lorient, na França, os 27 engenheiros brasileiros aos quais caberá o trabalho de absorver o conhecimento necessário à construção, em Itaguaí, dos dois tipos de submarinos. Terão companhia: parte da primeira tripulação do navio atômico, 60 militares-instrutores, começa a ser qualificada ainda esse ano.

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Fonte: Estadão via Poder Naval

21 Comentários

  1. Acho que o presidente Lula confia muito nos franceses, temos que trabalhar sempre com duas hipoteses,a primeira eles compriram os acordos, segundo nao, temos que ter sempre uma segunda carta na manga.
    Governos vão e vem e nem sempre cumprem os acordos firmados pelos governos anteriores.
    Mas vou ser sincero se o modelo acima for um scorpene ele é lindao, imagina todo o centro de comando com equipamentos norte americanos de ultima geração.

  2. O brasil vai ficar so sonhando pois tudo aqui e motivo de demora e desconfiança pobre
    pais que ja se acostumou graças aos politicos a ser um grande fracasso

  3. Equipamentos norte-americanos em nossos submarinos? Nem morto… Podem incluir algum hack e saber exatamente, com precisão de centímetos, onde estará cada um dos nossos subs… Essa parte eletrônica deve ser toda feita aqui, no máximo através de parceria com outros países que não os EUA, e com total controle do código-fonte de cada item… Só assim para termos autonomia e soberania sobre nossos meios militares…

    Se o Plano de Modernização da Marinha for realizado 100%, teremos seis SNBR e outros tantos de submarinos convencionais. Começa a ficar interessante, só creio que esses contratos poderiam ter sido assinados em 1999, não em 2009, para termos nosso primeiro Scopene em 2006 e o primeiro SNBR em 2012. Mas, antes tarde do que nunca…

  4. rogerio :
    O brasil vai ficar so sonhando pois tudo aqui e motivo de demora e desconfiança pobre
    pais que ja se acostumou graças aos politicos a ser um grande fracasso

    O Brasil não vai ficar só sonhando, ele já está acordando a um bom tempo, talvez alguns planos de re-aparelhamento das FAs demorem por falta de verbas, mais creio que todos serão cumpridos.

    Quanto a matéria é bom ver que a parceria com a França, que muitos criticavam está indo tudo bem…

  5. Boa tarde a todos,

    volta e meia vejo que há uma certa confusão, como nessa mesma matéria em que aparece o nome Scorpéne e “tipo S-Br” p/ designar nossos subs. Pelo que eu já li o Scorpéne é um projeto conjunto da DCNS c/ a espanhola Navantia, e portanto não poderia ser fornecido só pelos franceses, sem a permissão ( $$ ) dos espanhois, então não seria melhor rebatizarmos o bicho logo de uma vez por todas p/ não termos problemas nos tribunais europeus, além disso foi dito várias vezes que seriam modificados p/ atender melhor nossos requesitos, o que justificaria a criação de um novo modelo. À propósito, sobre essas modificações, alguém teria informações mais detalhadas ? Seria bem interessante se podéssemos comparar os nossos c/ os fornecidos recentemente p/ o Chile.

  6. Luciano, até onde me consta os nossos “Scorpène” ou “Marlin”(já vi essa denominação em alguns lugares) ou S-Br, ou seja lá qual for, é diferente do projeto original em diversos aspectos, talvez o principal seja o tamanho, onde os nossos serão alguns metros mais “comprido”, o que aumenta o peso e torna a assinatura de sonar diferente.

    É possível que até mesmo a planta propulsora seja levemente alterada, mas ainda são leves especulações.

    O nome Scorpène salvo não me engano pode ser utilizado pela DCNS pois quando a parceria DCN e Navantia (aliás a Navantia tinha até outro nome no projeto) se encerrou os espanhóis desenvolveram o seu projeto que se tornou o S-80, logo o Scorpène acabou ficando de espólio para a então DCNS.
    Se estiver incorreto, alguém por favor me corrija

  7. Baqueiro não htenho muitas informações sobre o Scorpène.
    Apenas que seriam armados com o Torpedo Arthemis ( novo Black Shark) e que seriam navios serão diferentes dos chilenos, espanhois, 7 metros maiores que os chilenos por exemplo.
    Marinha optou por um casco maior e com mais autonomia, razão pela qual aumentou o custo do maquinário e sistemas, bem como da construção, porém terá um raio de ação equivalente aos AIP porém diesel elétrico, mais barato operacionalmente.
    o Navio também oferecerá maiores confortos a tripulação que será a mesma do do Scorpène francês porém, com mais espaço e conforto interno.
    Os navios serão equipados com SM 39 Excocet.
    Grande abraço
    E.M.Pinto

  8. Amigos Luiz Medeiros e E.M.PINTO,

    muito obrigado pelas respostas. Uma coisa interessante é que vejo na internet torpedo F21 Arthemis e também F21 Black Shark, na pag. da DCNS ( http://www.dcnsgroup.com/files/pdf/F21.pdf ) fala apenas em F21 como um desenvolvimento baseado no Black Shark e na pag. 3 desse pdf consta ‘Programa Arthemis’ dando a entender que este é algo mais amplo do que o novo torpedo, mas enfim nada que vá mudar a cotação do dolar, ou no caso, do euro. Encontrei a confirmação da compra dos F21 ( http://www.jusbrasil.com.br/diarios/877782/dou-secao-3-16-09-2009-pg-28 ) :

    “EXTRATO DE CONTRATO Nº 40000/2009-008/00 (*)

    Contratada: Direction des Constructions Navales et Services (DCNS); Contratante: Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM); Objeto: Torpedos F 21 e Contramedidas Anti-Torpedo modelo CANTO; Enquadramento: Art. 24 inciso IX da Lei nº 8.666/93; Data de Assinatura: 03/09/2009.”

    Só não achei um bom comparativo entre o F21 e o MK 48 Mod 6 Advanced que estamos comprando p/ os nossos IKL, alguém tem essa informação ?
    Abs.

    • Salve Luciano Baqueiro, muito bons os links.
      De fato, ainda é pouco o que se conhece do Arthemis (pelo menos para mim) mas sem dúvida alguma é um dos melhores torpedos ocidentais, o fato da Marinha optar por algo tão moderno demonstra o “pensar grande” e isto é valoroso.
      Para adoçar o bico… rsrsrs
      Ao que parece os Sub nuc serão equipados com VLS, provavelmente para o Scalp, mas há ai quem diga que o Brhamos seria uma alternativa.
      Os Nuc terão por volta de 108 m de comprimento, bem maiores que o barracuda e a aposta é ter algo muito semelhante ao Los Angeles ou algo perto disso.
      esperemos que se invista e que os programas dêem certo.
      A Marinha está fazendo honrosamente a sua parte…
      SDs.
      E.M.Pinto

  9. Amigo E.M.Pinto,

    dizem que a questão do tamanho do SubNuc é mais pela falta de miniaturização do nosso reator, apesar de que pelo ( pouco, muito pouco ) que eu sei isso determina um diâmetro do casco maior, talvez por questões de hidrodinâmica seja necessário também aumentar proporcionalmente o comprimento, com a palavra os especialistas.

    • Luciano, pelo que pude acompanhar até agora as suas afirmações estão corretas.
      porém também já ouvi dizerem que entre outras coisas o comprimento maior do sub nuc também baseia-se na oferta de maior comodidade para os tripulantes em missões de 6 meses.
      Aguardemos os maiores detalhes.
      Grande abraço
      E.M.Pinto

  10. E.M.Pinto :Luciano, pelo que pude acompanhar até agora as suas afirmações estão corretas.porém também já ouvi dizerem que entre outras coisas o comprimento maior do sub nuc também baseia-se na oferta de maior comodidade para os tripulantes em missões de 6 meses.Aguardemos os maiores detalhes.Grande abraçoE.M.Pinto

    Particularmente não creio que o comprimento maior deva-se a questão do conforto da tripulação, pois sendo o nosso 1º reator p/ submarino ele não de ter grande potência e dimensões maiores pedem maior potência. Lembrei de outra informação que li sobre o pequeno intervalo de recarga que eles terão ( salvo engano a cada 3 anos ), então talvez precisemos de um arranjo diferenciado – que exija um maior comprimento do casco – p/ permitir uma troca mais rápida do núcleo do reator, reduzindo o período de docagem. Quero deixar claro que sou apenas um leigo, estou apenas conjecturando, se alguém tiver condições de contribuir c/ outras informações, que o faça, por favor, certo E.M.Pinto ?

    • Salve Baqueiro, o alongamento do casco dará a tripulação m quadrado a mais por tripulantes uma vez que é estimado que o sub terá a mesma tripulação do Barracuda (em tese).
      A quetsão do Reator aumenta sim o diâmetro do casco e portanto o comprimento será preenchido com espaços para víveres, baterias, sistemas e praças de máquinas.
      Um detalhe importante é que a apraça de máquinas do sub tende a ser menor, pois usará sistemas magnéticos para atuação no eixo do Helice. porém o navio necessitará de baterias extras o que ocupará grande espaço no interior
      Creio que a configuração interna será bem diferente mas em tese o navio terá mais espaço “livre” se é que pode se dizer que um submarino pode ser comparado à um salão de Hanover…
      Quanto as Recargas, bem, ai você me pegou, pois nada li sobre isto.
      porém creio que 3 anos é um período muito curto e inviabilizaria a operação do sub.
      pois uma parada para recarga pode levar até um ano em processos de limpeza e selagem e troca de combustível.
      ou seja o sub que tem a vida estimada em 15-20 anos pararia e ficaria fora de operação por 1/5 do período? fora os custos que seriam ai da ordem de US$ 400-500 milhões por parada (estimando grotescamente pelo overhauling dos Nimtz).
      acho que 7-8 anos entre os intervalos mais provável. porém o ideal era desenvoler a tecnologia que agora se aplica aos Astute e futuramente aos Suffren (Barracuda) de operação sem recargas, onde o reator só é desmontado para selagem e estocagem, o navio passa a vida toda sem precisar recarregar, mas esta é uma tecnologia dominada apenas pelos EUA e França se não estou enganado (corrijam-me por favor) pois se não estou enganado ( novamente) os Astute incorporam a tecnologia Made in Tio Sam…
      Grande abraço
      E.M.Pinto

  11. E.M.Pinto :Salve Baqueiro, o alongamento do casco dará a tripulação m quadrado a mais por tripulantes uma vez que é estimado que o sub terá a mesma tripulação do Barracuda (em tese).A quetsão do Reator aumenta sim o diâmetro do casco e portanto o comprimento será preenchido com espaços para víveres, baterias, sistemas e praças de máquinas.Um detalhe importante é que a apraça de máquinas do sub tende a ser menor, pois usará sistemas magnéticos para atuação no eixo do Helice. porém o navio necessitará de baterias extras o que ocupará grande espaço no interiorCreio que a configuração interna será bem diferente mas em tese o navio terá mais espaço “livre” se é que pode se dizer que um submarino pode ser comparado à um salão de Hanover…Quanto as Recargas, bem, ai você me pegou, pois nada li sobre isto.porém creio que 3 anos é um período muito curto e inviabilizaria a operação do sub.pois uma parada para recarga pode levar até um ano em processos de limpeza e selagem e troca de combustível.ou seja o sub que tem a vida estimada em 15-20 anos pararia e ficaria fora de operação por 1/5 do período? fora os custos que seriam ai da ordem de US$ 400-500 milhões por parada (estimando grotescamente pelo overhauling dos Nimtz).acho que 7-8 anos entre os intervalos mais provável. porém o ideal era desenvoler a tecnologia que agora se aplica aos Astute e futuramente aos Suffren (Barracuda) de operação sem recargas, onde o reator só é desmontado para selagem e estocagem, o navio passa a vida toda sem precisar recarregar, mas esta é uma tecnologia dominada apenas pelos EUA e França se não estou enganado (corrijam-me por favor) pois se não estou enganado ( novamente) os Astute incorporam a tecnologia Made in Tio Sam…Grande abraçoE.M.Pinto

    Caro E.M.Pinto,

    encontrei onde li a informação ( corrigindo o intervalo é de 4 e não 3 anos, minha memória me traiu ) :

    http://www.naval.com.br/blog/2010/03/04/resumo-da-palestra-do-prosub/

    “Foi informado na palestra que as duas atuais usinas civis brasileiras usam urânio enriquecido de 3,2 a 4% e que o reator do submarino atômico brasileiro usará urânio enriquecido a 7% e que deverá ter a necessidade cíclica operacional de ter seus elementos combustíveis nucleares totalmente substituídos de quatro em quatro anos.”

    Abraço.

    • Boa Baqueiro, obrigado pelas informações, mas sendo assim fico triste em saber que vamos mantê-los parados pro tanto tempo, espero que os navios subsequentes ao primeiro incorporem modificações que permitam um ciclo maior de operação.
      Grande abraço e obrigado pela correção.
      E.M.Pinto

  12. E.M.Pinto :Boa Baqueiro, obrigado pelas informações, mas sendo assim fico triste em saber que vamos mantê-los parados pro tanto tempo, espero que os navios subsequentes ao primeiro incorporem modificações que permitam um ciclo maior de operação.Grande abraço e obrigado pela correção.E.M.Pinto

    E.M.Pinto,

    Veja este comentário do autor do texto :

    http://www.naval.com.br/blog/2010/03/04/resumo-da-palestra-do-prosub/#comment-47859

    Neste trecho ele comenta a questão dos intervalos p/ recarga :

    “Mas a explicação física que ele deu faz BASTANTE sentido e quando repliquei sobre como os submarinos americanos podiam trocar seu combustível nuclear a cada 30 anos se o urânio era enriquecido apenas a 20% como ele relatara?
    Ele respondeu que os reatores americanos usam um sistema de controle de reação nuclear de placas ao invés de varetas e que é um segredo técnico que ainda não desvendamos. E é esta configuração é que permite uma vida útil muito superior do elemento combustível, não o nível de enriquecimento do urânio…”

    Então aí esta o ‘X’ da questão : ou desenvolvemos essas placas ou continuaremos c/ as varetas e suas limitações, o que acabaria por determinar uma necessidade de mais subs p/ termos alguma força dissuativa sempre operacional, ou seja, ou investimos em tecnologia mais avançada ou gastaremos ainda mais na construção de mais unidades e junto c/ elas todos os seus custos operacionais adicionais.

    • Baqueiro, bem fico com a impressão do autor, pois enriquecer a tal quantidade seria violar os tratados assinados.
      Sou Físico, mas não especialista em área Nuclear, mas vejo que faz sentido explicação dada pelo Almirante Othon.
      Para ser sincero acreditava em níveis entre 7 e 10% por outras razões.
      Sempre ouvi dizer que a Marinha quer o reator não para servir de propulsor (vapor) do submarino atuando diretamente no eixo do navio, mas sim de central de energia para carregar baterias e apartir delas alimentar o sistemas de propulsão (magnética).
      Por isso acreditava que não seriam necessários índices tão altos de enriquecimento. Fico com esta hipótese e adiciono estas novas apresentadas pelo colega, de que estariamos violando os acordos e ainda trabalhando com combustível perto do limite de segurança.
      Quanto a tecnologia de retardo e controle da fissão, como disse desconheço, mas acreditava que a Marinha já pudesse dominar a tecnologia em escala menor que as dos EUA, França, algo entre 8-9 anos ao invés dos 20-30, para mim é uma novidade.
      Tá ai o próximo passo no programa nuclear, quem sabe os subs subsequentes não saiam com esta tecnologia amadurecida?
      esperemos que sim.
      Obrigado e um grande abraço
      E.M.Pinto

  13. Uma pequena correção, amigo, a palestra foi ministrada pelo Almirante-de-esquadra José Alberto Accioly Fragelli,não pelo Almirante Othon.
    Abraços.

    • Correto novamente amigo Baqueiro, confundi alhos com bugalhos o Othon está no vídeo do comando da madrugada.
      obrigado novamente e grande abraço
      E.M.Pinto

  14. Prezados leitores eventuais,

    Infelizmente, o sonho romântico do leitor Fernando jamais se tornará realidade. Em primeiro lugar, há um impedimento legal: a lei americana proíbe transferência de tecnologia sensível. Em segundo lugar, ocorre um entrave tecnológico: haveria incompatibilidades conceituais incontornáveis, no que tange às premissas de projeto e construção dos referidos sistemas de controle. Mas o leitor pode ficar tranqüilo (recuso-me a tirar o trema, pelo menos até 2012): os sistemas de gerenciamento e controle dos submarinos nucleares franceses (similares àqueles que vão equipar os nossos submarinos – e que serão fabricados aqui!) constituem pacotes integrados (navegação e combate) de alto nível. Nada ficam a dever ao que o leitor chama, aliás mui respeitosamente, de “equipamentos norte-americanos de última geração”. Creio que o presidente Lula tenha acertado em cheio: o SCORPÈNE cai como uma luva na concepção soberana da END (Estratégia Nacional de Defesa), pois além de ser o melhor “sub” convencional disponível para aquisição no mundo ocidental, o que vamos comprar não é apenas um navio submersível, mas todo um poderoso pacote de transferência de tecnologia. Tal pacote exige, contratualmente, que todos os submarinos (à exceção do primeiro) sejam inteiramente fabricados no Brasil (inclusive as “delicadas” seções de vante, que os alemães do IKL entregavam prontinhas à NUCLEP, lembram-se?). Além disso, teremos brevemente um estaleiro específico e moderno, destinado à fabricação dos nossos SCORPÈNE, que servirá também à produção do nosso primeiro “tubarão nuclear”. Além disso, enfatizo que a ajuda francesa na opção nuclear ficará restrita à estrutura e à hidrodinâmica do casco resistente; a planta de propulsão nuclear será desenvolvida pela Marinha do Brasil (trata-se de um reator PWR de 50MW, aproximadamente, cujo domínio tecnológico já possuímos). Além disso, enfatizo que apenas 6 (seis) países do mundo atual são capazes de construir submarinos! Não custa lembrar também, àqueles que andaram mencionando os bons submarinos convencionais alemães: a França projeta e fabrica seus submarinos nucleares há quase 60 (sessenta) anos, ao passo que, nesta área importantíssima de conhecimento militar, o “know-how” da Alemanha é exatamente igual a zero.
    Termino parabenizando o presidente Lula e seu governo, pela decisão consistente e patriótica (a própósito, Brasília deve anunciar, a qualquer momento, a vitória do RAFALE no Projeto FX-2; considerando que os sistemas de controle e combate dos SCORPÈNE e dos RAFALE são compatíveis e interligados, e que a transferência de tecnologia no segundo caso também é irrestrita sob contrato, trata-se de mais uma decisão sensata e lógica, em direção à nossa independência no campo sensível dos armamentos avançados; Tio Sam vai chorar, doravante).

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