Violência sectária teria causado a morte de 500 pessoas na Nigéria

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Autoridades nigerianas estimaram que cerca de 500 pessoas foram mortas durante a onda de violência sectária ocorrida na cidade de Jos, centro da Nigéria, na madrugada de domingo.

Relatos de testemunhas registrados na imprensa local dão conta de que grupos muçulmanos da etnia Hausa-Fulani invadiram por volta das 3h00 da manhã o vilarejo majoritariamente cristão de Dogo-Nahawa.

O repórter da BBC Richard Hamilton informou que os invasores chegaram atirando e, quando as pessoas começaram a fugir de suas casas, eram mortas a golpes de facão. O ataque teria durado quase três horas e deixado também cerca de 50 casas incendiadas.

Segundo Martin Plaut, editor para a África da BBC, a emissora recebeu fotos da área que mostram corpos de crianças e mulheres enfileirados.

Um porta-voz da Cruz Vermelha na região, Robin Waudo, disse à BBC que seus médicos estão atendendo pessoas feridas com facões e queimaduras, e com membros fraturados.

“Neste momento, os confrontos se acalmaram e os militares estão tentando controlar a situação”, afirmou.

O presidente em exercício da Nigéria, Goodluck Johnathan, colocou em alerta máximo as forças de segurança atuando na região central do país depois dessa nova onda de violência.

O ataque teria sido uma vingança pela morte de centenas de pessoas em janeiro, após confrontos entre cristãos e muçulmanos nos arredores de Jos. A região passou a ficar sob toque de recolher desde então.

A cidade de Jos tem sido palco de violência nos últimos anos justamente por estar posicionada na divisa entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul do país, de maioria cristã.

‘Provocação aos cristãos’

A estimativa de 500 mortos foi feita pelo fórum cristão do estado de Plateau e confirmada por Gregory Yenlong, comissionário de informação do governo local, em entrevista a jornalistas nigerianos no vilarejo de Dogo-Nahawa.

O jornal nigeriano The Guardian relatou que o fórum cristão havia divulgado um comunicado em que condena o ataque classificado como “uma provocação aos cristãos”.

“Dogo Nahawa é uma comunidade cristã. As testemunhas dizem que os militantes muçulmanos Hausa-Fulani vieram cantando ‘Allahukabar’ (exclamação muçulmana que exalta Alah) e invadiram as casas, cortando seres humanos, incluindo crianças e mulheres com suas facas e facões”, diz o comunicado.

Os cristãos também protestam contra uma suposta omissão das forças armadas nigerianas. O comunicado relata que as forças de segurança teriam sido avisadas pelos cristãos do início do ataque, mas só teriam respondido ao chamado duas horas depois.

Peter Gyang, líder da comunidade local, disse ao The Guardian que os moradores da região não vão mais respeitar o toque de recolher.

“Nós seremos forçados a entrarmos em nossas casas às 6h00 da tarde, mas os invasores continuariam vindo e nos atacando sem qualquer intervenção do Exército ou da polícia. Então, não haverá mais toque de recolher para que nós possamos nos proteger”.

Sugestão: Gérsio Mutti, Konner e Roberto Maranhão

Fonte: BBC Brasil

4 Comentários

  1. Sempre o petróleo a fazer estes conflitos “religiosos”, seja no Oriente Médio que na África.

    Mas como coincidências não existem, acho que tem algo de muito internacional neste balé de violências pseudos-religiosas que gera morte e destruição, isso tudo envolvendo países ricos de petróleo em vários continentes no Mundo… Dividir para Imperar!

    A humanidade não muda nunca mesmo!

  2. Senhores,

    isso tudo é uma questão muito séria, na qual jamais devemos procurar minimiza-la ou relativizar a uma mera questão material…

    O caso envolve o que há de mais profundo na formação do ser humano, “crença/fé´´, que é adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro. Assim sendo, para tomarmos partido, temos que partir do principio de querer a verdade, de enxergar o verídico; autêntico; genuíno; real e sincero.

    Desta forma, se está apto à compreender toda essa situação e diagnosticar o melhor caminho a seguir…

    Grato, saudação a todos.

  3. COMANDANTE MELK:

    Certamente existe isso no ser humano, e creio também que tem alguém por trás querendo incitar este ódio afin de dividir ainda mais estas seitas e religiões, o velho moto romano do divide e impera.

    lembrando que assim alguém poderia controlar amelhor os recursos deste país e ainda colaborar com o governo local dando assistência e outras coisas mais, em troca de facilidades legais na extração do petróleo!!

    Valeu!!

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