Brasil estuda segundo projeto de mísseis com a África do Sul

Por Keith Campbell

A Marinha do Brasil mantém o interesse no míssil naval sul africano Umkhonto, do tipo  superfície-ar (SAM), em especial na proposta de novas versões de longo alcance (LR-long range).

O Umkhonto  é um produto da Denel Dynamics, e está em serviço tanto na Marinha Sul Africana como na Marinha da Finlândia.  Denel Dynamics é uma subsidiária da estatal Denel, um grupo industrial de defesa local.

O Umkhonto é um míssil de direção infravermelha (IR), e a Denel faz referências em catálogo informando seu alcance  ” na faixa de 12.000 metros”, e dá um limite de 8 000 m. Esta primeira versão do SAM é por vezes referida como o Umkhonto-IR.

Sabe-se que a Marinha do Brasil esta procurando um SAM com um alcance de mais de 30 km, mas menos de 50 km(verdadeiramente SAMs de longo alcance têm uma ampla gama  maior que 50 km de ‘range” – por exemplo, a RIM-67C American Standard SM-2 tem um alcance relatado de 40 milhas náuticas, ou cerca de 76 km, enquanto a RIM-67B Standard SM-2 ER versão pode chegar a 75 milhas náuticas, ou cerca de 142 km).

Existe um projeto para desenvolver uma versão do Umkhonto-IR com maior alcance, referido como o Umkhonto-ER, com as letras sufixo ER significando, em português, “alcance estendido”.  Esta seria também uma arma de direção IR. E há também um projeto em longo prazo para desenvolver uma versão de ainda mais longa distância, designada o Umkhonto-R, que será um radar de busca SAM (além de um certo intervalo, busca por IR torna-se impraticável para SAM. Isto exigirá o desenvolvimento de uma cabeça de busca do radar, o que significa que o Umkhonto-R vai exigir um processo de desenvolvimento significativo.

A seqüência de engajamento para o Umkhonto-R provavelmente seria da seguinte forma: após a detecção do alvo e lançamento do míssil, o SAM será dirigido para o alvo por comandos a partir do navio de guerra, ativando seu buscador de radar quando dentro do alcance, para bloqueio, e em seguida a intercepção do alvo.

http://www.naval.com.br/blog/wp-content/uploads/2008/08/umkhonto.jpgEm contraste, a seqüência de engajamento para o Umkhonto-IR é (e para o Umkhonto-ER seria): o navio de guerra detecta um alvo em seu radar de aquisição e lança o míssil contra ele, o SAM utiliza o seu subsistema de navegação inercial à bordo e loca-se a um ponto “lock-on”  – o local em que seu candidato a IR pode adquirir o alvo e trava-se a ele – e então guia-se até a interceptação.

Sem um intervalo de alcance definido para o Umkhonto-ER,  várias gamas tem sido sugeridas por várias fontes para o Umkhonto-R: 20 km, 25 km e 30 km. Terá de ser uma grande arma para que o Umkhonto-IR poça atingir qualquer um destes intervalos.

Acredita-se que o Departamento de Defesa Sul Africano está apto à fornecer financiamento para o projeto Umkhonto-R, mas não o suficiente para permitir um desenvolvimento puramente nacional do programa, num prazo razoável.

Assim a Denel está aparentemente em busca de parceiros internacionais para participar do programa e, de volta a 2008,  o grupo tinha proposto à Marinha do Brasil que coopere com o desenvolvimento do Umkhonto-R. Isso iria seguir o precedente criado pela atual cooperação entre a Denel Dynamics e da Força Aérea Brasileira (FAB) no desenvolvimento do missíl “air-to-air”  A-Darter.

No final do ano passado, um almirante brasileiro visitou a Denel Dynamics para discussões sobre o programa Umkhonto. O Brasil tem um programa para adquirir fragatas grandes, cada uma das quais podendo deslocar cerca de 6 000 t (na África do Sul fragatas da classe maior deslocam cerca de 3 600 t), que seriam armadas a mais longo prazo com vários SAMs, segundo os desejos da Marinha do Brasil.
Em cooperação com a Denel Dynamics no desenvolvimento do Umkhonto-R constituirá uma oportunidade para os brasileiros para ganharem experiência na concepção e desenvolvimento de tecnologia de radares de direção.

No entanto, aparentemente não existe um problema de prazos.  A Marinha do Brasil pretende escolher as suas novas fragatas ainda este ano ou (mais provável) ou no próximo ano (o mais tardar) em 2012.  Isto significaria que elas poderiam entrar em serviço em 2017 o mais tardar. No entanto, parece que a Denel Dynamics, disse o almirante brasileiro, seriam necessários dez anos para desenvolver conjuntamente o Umkhonto-R, dando o SAM de longo alcance em serviço por volta de 2020.

Isso deixa a questão da existência ou não do Umkhonto-ER  e se este poderia ser desenvolvido para chegar ao intervalo de desejo dos brasileiros. Embora possam equipar as naves em uma segunda fase, logo, não seria necessário o desenvolvimento de uma nova cabeça de busca, e assim o seu período de desenvolvimento deve ser consideravelmente menor do que para o Umkhonto-R. Isso também pode abrir a possibilidade de o Brasil adotar o Umkhonto-ER, como primeiro passo e depois mudar para um conjunto desenvolvido Umkhonto-R.

FONTE / ARTE: Engineeringnews via Poder Naval

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