Parceria para ajudar

http://paei.state.gov/img/09/31945/2009_04_16_clinton_haiti_peixoto_600_1.jpgMilitares do Brasil e dos Estados Unidos firmam acordo para distribuição de comida e água. Ministro Nelson Jobim declara que forças de paz devem permanecer no país por mais 5 anos.

Porto Príncipe – Brasil e EUA fecharam uma parceria para a distribuição de alimentos em Porto Príncipe. O Brasil será responsável pela segurança da operação, e os EUA vão distribuir comida pronta e água. A primeira operação estava marcada para a tarde de ontem em frente ao Palácio Nacional, um dos principais pontos atingidos pelo terremoto. A parceria começa um dia depois de os EUA terem anunciado o envio de até 10 mil soldados ao Haiti, o que permitiria na prática o controle das operações de resgate, auxílio e segurança no país. O controle por direito é das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), comandadas militarmente pelo Brasil. O aumento da presença militar americana causa desconforto, mas as informações sobre o que cada um vai fazer mudam de acordo com o lado ouvido.

Segundo o coronel João Batista Bernardes, comandante do batalhão de infantaria da força militar brasileira, 130 militares vão trabalhar na operação. “Os americanos têm material disponível, mas não conhecem bem a área. Nós temos know-how da distribuição de comida”, disse. A parceria foi resultado de um pedido do representante militar dos EUA no país, Eric Stuart. Apesar de as tropas estarem assumindo todos os serviços de apoio à população após o terremoto, o coronel diz que há uma tentativa de fazer o governo haitiano assumir suas funções.

http://i.telegraph.co.uk/telegraph/multimedia/archive/01425/airFrance_investig_1425212c.jpgEm Brasília, o subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Simões, disse que a prioridade é ajudar o povo haitiano. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, ressaltou que as forças de paz do Brasil continuarão prioritariamente com a atribuição de manter a ordem no país. Ele ressaltou, porém, que nesse momento pode ser necessário que os soldados auxiliem na prestação de ajuda humanitária no Haiti.

Félix afirmou ainda que é importante conversar com o governo haitiano para definir quais são as prioridades do país em termos de ajuda humanitária, para que não aconteça como no tsunami de 2004 – quando um navio brasileiro com suprimentos enviado à Indonésia teve de voltar porque não havia necessidade da carga no momento. Para Félix, não interessa de onde a ajuda está vindo e sim que chegue a quem precisa.

O ministro da Defesa Nelson Jobim disse que a destruição no Haiti deve manter por no mínimo mais cinco anos a presença de tropas brasileiras no país. Para ele, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) precisa ter seu orçamento e foco de ação ampliados para manter a paz no local. Ele considera “impossível” a saída antes desse prazo, mas o atual mandato acaba em 2011 e precisa ser renovado.

As tropas brasileiras mantêm busca por quatro militares desaparecidos após o desabamento da sede administrativa da Minustah no país, liderada pelo Brasil, no Hotel Christopher, na capital Porto Príncipe. Na sexta-feira, o ministro Nelson Jobim disse ser “eufemismo” considerar os quatro militares desaparecidos e já os aponta entre os mortos. O Comando do Exército, contudo, mantém lista anterior de 14 militares mortos.

O comando militar afirma ainda que as equipes de resgate dos Corpos de Bombeiros do Rio e do Distrito Federal enviadas ao Haiti já resgataram “diversos sobreviventes” na região de Bel Air. Outra medida tomada pelos militares brasileiros no Haiti foi intensificar patrulhas, “no intuito de evitar o aumento dos índices de violência na cidade de Porto Príncipe, que permanece estável no que tange à segurança”.

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Fonte: Estado de Minas Via NOTIMP