Guerra nos Céus: O uso político do FX-2

Mais uma visão que vem de acordo com o que eu havia afirmado anteirormente,  a matéria da Folha parece querer levar o debate sobre o FX para o campo da “Políticagem”, veja esta análise de Luiz Carlos Azenha sobre as pressões políticas do FX.

Quem leu a nota de Eliane Cantanhede de ontem na folha de são paulo, deve ter ficado surpreendido pelo fato dela mudar o foco das acusações direcionando-o agora à um ataque explicito ao Ministro da Defesa Nelson Jobim, e não só isso, à um suposto problema “Econômico” , que segundo argumenta, seria deixado como herança para os futuros presidentes, numa declaração explicita pela preferência de um dos modelos da concorrência.

Curioso é que esta não perdeu seu tempo tentando provar que tinha em mãos dados e informações fidedignas, e que, os seus “informantes de alto escalão” não lhe teriam dado informações desatualizadas, de setembro de 2009 (houve uma nova ronda e as propostas foram atualizadas após esta data), mas sim, agora a Folha  na pessoa da Reporter Eliane Cantanhede, prefere defender o ponto de vista econômico e não técnico, chegando até a alegar que o Brasil não precisa de um caça tão avançado.

Já que é assim, vamos comprar então mais Mirrage 2000 e  fazer um MLU, e daqui à 20 anos, compramos qualquer um deles no mercado de Marrakesh e reformamos novamente, e assim estaremos bem defendidos de uma eventual confrontação com a poderosa Força Aérea do vaticano, ou quem sabe, da violenta e vingativa Rare krishna air force… 

Para mim, parece ser mais uma jogada desesperada de certos grupos que querem novamente resolver as coisas segundo os seus interesses e não os do país,  o fato da  Folha de São Paulo insiste em basear suas alegações numa informação infudada e  já questionada.

O que mostra que querem imbutir uma mentira repetindo-a várias vezes até que esta se transforme em verdade, apesar de o Comandante da Força Aérea o exelentíssimo Brigadeiro Juniti Saito dizer em NOTA OFICIAL (e não através de garotos de recado ou informantes de alta patente) que a FAB não criará um Ranking,  coisa que a Folha insiste em tentar embutir, dando-nos  a sensação de qua a FAB vai querer contrariar.

Aguardemos o desfecho.

E.M.Pinto

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De fato não encontrei nenhuma foto do Rafale sendo lavado ou mesmo molhado pela chuva, coloquei esta ai porque não tenho outra…

por Luiz Carlos Azenha

A “crise militar” — a polêmica envolvendo as decisões do governo Lula referentes à Comissão da Verdade e a compra de caças para a FAB —  interessa a Washington e aos lobistas de Washington. Os lobistas de Washington querem que o Brasil compre aviões fabricados nos Estados Unidos. Ao governo de Washington não interessa que o Brasil “injete” a França na geopolítica do hemisfério, com uma ampla parceria estratégica.

Ao Pentágono interessa que o Brasil compre aviões americanos e, se de fato precisar usá-los, fique sem peças de reposição e sem os softwares de gestão. O Pentágono quer vender ao Brasil uma daquelas impressoras cujo cartucho de impressão custa duas vezes mais que a própria impressora. Se o Brasil decidir imprimir algum texto escrito em Brasília, não em Washington, eles cortam o fornecimento de cartuchos.

Se o Brasil não comprar dos Estados Unidos, que pelo menos compre da Suécia: comprando da Suécia, ficará da mesma maneira dependente da tecnologia dos Estados Unidos.

É impossível determinar exatamente a quem servem os “mentores” da “crise militar”. Mas sabemos quem ganha com a “crise”: Washington deposita nela as esperanças de, se não fizer negócio com o Brasil agora, pelo menos desfazer o negócio alheio. Adiar o negócio, quem sabe para um futuro governo. Adiar o negócio, ganhar tempo, esperar “novas circunstâncias”, quem sabe “facilidades”. Tudo isso interessa aos lobistas de Washington. Aos vendedores de avião e aos estrategistas. O Estadão chega a ser explícito:

“Deixar o assunto em banho-maria pode ser, para Lula, a escolha menos onerosa”, diz trecho de editorial recente.

Do jeitinho que Washington quer.

Mas há a demanda interna por mais uma crise. “Atritar” o adversário é uma das táticas para desviar a atenção dele, fazer com que ele gaste energia onde não precisaria gastar, perca o foco e faça besteira. Por isso, a assessoria midiática de um certo candidato “fabrica” mais uma crise, assim como fabricou o caos aéreo, a epidemia de febre amarela e a hecatombe da gripe suína. O Brasil, alerta a Folha, pode ficar refém dos humores “dos governantes franceses de turno”. Não consta que o jornal tenha manifestado a mesma preocupação acerca dos humores de Washington. Aliás, ficar refém do humor dos franceses soa como uma gigantesca ameaça e estou certo de que foi uma piada involuntária, que escapou ao editorialista do jornal.

[Para quem perdeu a piada, os franceses são conhecidos internacionalmente pelo mau humor]

“Vale lembrar que nem os presidentes militares atropelaram decisões técnicas na compra de material bélico”, alertou um ex-porta voz do regime militar, hoje comentarista da TV Globo. O Estadão chuta o balde: simplesmente sugere, por comparação com o presidente Sarkozy, da França — “ele sim, trabalhando pelo interesse nacional” — que Lula não representa os interesses brasileiros. É a pista para que os militares — estes sim, supostamente defendendo o interesse nacional — acusem Lula de ser apátrida ou de tirar vantagens pessoais do negócio.

Trata-se de uma retórica que tem o objetivo de constranger o presidente da República, com repercussões de médio e longo prazo.

Lula será acusado em qualquer das circunstâncias: será acusado de mudar de ideia diante da pressão de subordinados, se o fizer;  ou de “insistir no erro”, “atropelando os subordinados”. Lula, aquele que não defende os interesses nacionais, atropelando os militares — estes sim, patriotas. Trata-se de um discurso irresponsável, de franco desespero.

Entendo que se trata do velho jogo de desgastar o governo, de olho nas eleições. O problema é que a tal “crise militar” não rende um voto sequer. Se a economia estiver bombando em 2010, quem é que vai votar porque o Brasil comprou caças deste ou daquele país? Ou seja, tudo indica que cavar o fosso entre o poder civil e o poder militar não renda votos. É pouco provável que de fato interfira com uma decisão soberana do Estado brasileiro, que cabe ao presidente da República, comandante-em-chefe das Forças Armadas. Assim sendo, a quem realmente interessa desmoralizar o poder civil e reacender as chamas do poder militar? Acima de tudo, àqueles que desconfiam não contar com o poder dos eleitores para chegar ao poder.

Fonte: Via Mundo

10 Comentários

  1. Atenção para as palavras.

    “ouve uma nova ronda…” houve do verbo haver e não do verbo ouvir.

    “O que mostra que querem “imbutir” uma mentira …” embutir ou introduzir uma mentira

  2. Não vou comentar sobre os aviões ofertados para o fx-2, apenas o seguinte…

    … o que importa para um carro é o que esta em baixo do seu capo…
    … o que importa para um caça e o que esta em baixo de suas asas…

    reflitam!

    um abraço a todos.

  3. Não faço escolha por avião (Gripen, Rafale ou f-18) desde que eles venham acompanhados com o Missil METEOR nao há o que se discutir, se não acompanhar tal dispositivo e melhor ficar com o F-5M por mais 30 anos.

    um Abraço a todos.

  4. Pinto? Interessante! Além de comunista e, por consequencia mau-caráter é deficiente físico também??? Vidinha dificil essa tua, não??

    • Salve Mauro.
      Tá ai, não sabia que era comunista nem de que o senhor seria dotado do dom da advinhação. Uma vez que não o conheço e nem tão pouco (creio eu) o senhor me conheça.
      pelo menos não o suficiente para tecer comentários sobre o meu carater, ou de que tenho algúm defeito físico o qual o senhor tenha percebido, pelo menos não visível pela a foto do Blog , acho eu…
      O senhor só errou num ponto (desconsiderando o fato de eu ser comunista e nem saber), A minha vida ao contrário do que o senhor afirmou é sim muito boa, , e até muito movimentada, pelo menos até agora,.
      Só para o senhor ter uma idéia nos últimos 2 anos tenho viajado para 18 países em 4 continentes, onde tenho feito muitos amigos e aprendido muito sobre culturas, história e ciência ( minha profissão) e nos momentos vagos tenho me dedicado ao blog que concordo com o senhor, precisa melhorar muito. Talvez o faça assim que terminar o doutorado e os 4 projetos europeus dos quais estou envolvido, pois assim terei mais tempo…
      Fique a vontade para se manifestar no blog o quanto quiser, este é um espaço democrático e está aberto à todos, só gostaria que a sua participação não se resumisse à comentários de cunho astrológicos ( como a adivinhação acima mencionada), não que este dom não tenha que ser explorado, mas na minha humilde opinião talvez o senhor, e espero que sim, possa contribuir para o debate do tema defesa e até mesmo contestar os artigos “comunistas” aqui apresentados.
      Um grande abraço e muito obrigado pelas observações
      E.M.PINTO

      PS: Quanto ao meu nome, Pinto é do meu pai mesmo…

  5. E. M. Pinto, parabéns. Maravilhosa a sua resposta. As suas participações (que eu tenho lido) são irrepreensíveis. Abraço.

  6. Pinto, boa resposta.

    Aliás, que patrulhamento ideológico é esse, vindo do leitor acima? Em que mundo estamos vivendo? Ele acha que estamos numa ditadura ainda, é isso?

    O que cada um tem que ver com a vida dos outros? Nada.

    Portanto, segue o enterro.

    abração

  7. Fico impressionado com o Patrulheiro da Direita!
    Por que democracia não é!

    Eu sou um direitista nato, criado em família com um militar e que teve muito vínculo com o regime, mas em momento algum pretendo deixar de lado o pensamento daquilo que vejo como o mais interessante à pátria!

    Como o bem citado pelos seus comentários até agora E.M., o fato é que seja lá qual for o vencedor o importante é que ele honre o nosso voto de confiança e forneça o melhor equipamento da melhor forma possível…

    Muito bom o texto do Azenha, mas realmente não concordo muito com o texto mencionado do Alexandre Garcia, infelizmente o Garcia que foi um dos grandes defensores do sub nuclear me parece estar mais interessado na questão financeira da escolha dos caças do que no aspecto técnico real…

    Mas que vença o melhor ou aquele que tenha o melhor lobby…

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