7 de Setembro “Independência ou Morte”…

Independência_ou_Morte

“Viva a independência e a separação do Brasil.
Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil.
Independência ou Morte!”.


D. Pedro I, em 7 de setembro de 1822, às 16:30hs.

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Nesta data festiva para os Brasileiros, o dia de sua independênciao Plano Brasil presta uma homenagem ao povo Brasileiro por sua conquista, entretanto, ressalta um epsódio da nossa história que parece querer permanecer apagado dos livros e contos, o de uma batalha que quase nunca é mencionada e que se sucedeu logo após a declaração de independência do Brasil.

Não esqueceremos a nossa história nem aqueles que tombaram nas lutas que se seguiram, pela independência do nosso país.

A Guerra da Independência

Algo que muitos Brasileiros e Portuguêses não sabem é que a independência proclamada pelo Brasil, não foi recebida pacificamente pelos portugueses, batalhas se seguiram por quase todo o país de então, houveram mortes e perseguições que culminaram na expulsão dos portugueses anti-independência de todos os cantos do Brasil .

 

A chamada Guerra da Independência estendeu-se de 1822 a 1823, no contexto do processo de Independência do Brasil, entre 1808 e 1825, quando esta foi formalmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido. A Guerra da Independência acabou por ser uma guerra civil Luso-Brasileira, já que Portugueses e Brasileiros combateram em ambos os lados.

Após a proclamação da independência, às margens do riacho Ipiranga, na então província de São Paulo, a 7 de Setembro de 1822, as lutas para afirmá-la foram mais encarniçadas nas regiões onde, por razões estratégicas, se registrava maior concentração de tropas doExército Português, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará.

Recorde-se que a maior parte da oficialidade era de origem portuguesa. Desse modo, o governo brasileiro, através do Ministro José Bonifácio de Andrada e Silva, adotou as providências para eliminar a resistência portuguesa. Para esse fim providenciou a compra de armas e navios, o recrutamento de tropas nacionais e o contrato de estrangeiros (mercenários), bem como medidas repressivas como o confisco de bens e a expulsão daqueles que não aceitassem a emancipação política do Brasil. No plano econômico, proibiu-se o comércio, e, no diplomático, autorizou-se a guerra de corso, contra Portugal.

A campanha da Cisplatina

Na Província Cisplatina, a campanha foi marcada pelo bloqueio a Montevidéu, sob o comando de Carlos Frederico Lecor, barão da Laguna. Isoladas, as tropas do Exército Português foram obrigadas a abandonar o território brasileiro.


A campanha da Bahia

Na Província da Bahia, a área tradicionalmente produtora de açúcar e de tabaco do Recôncavo, dominada pelos grandes latifundiários escravistas, desde cedo se manifestara pela causa brasileira, sob a liderança da vila de Cachoeira. A capital da Província, Salvador, então ocupada pelas tropas do Exército Português sob o comando do Governador das Armas, Inácio Luís Madeira de Melo, mantinha os laços com a Metrópole.

Com a divulgação da notícia da proclamação da Independência, as vilas do Recôncavo baiano, sob a liderança da vila de Cachoeira, em cuja Câmara Municipal se instalou um governo interino, mobilizaram-se para expulsar as tropas portuguesas entrincheiradas em Salvador, reforçadas desde os acontecimentos que haviam culminado no Dia do Fico (9 de Janeiro de 1822). Esse processo de reforço de tropas foi marcado por diversos incidentes em Salvador, entre os quais o assassinato, por soldados portugueses, da abadessa do Convento da Lapa, Sóror Joana Angélica de Jesus (19 de Fevereiro).

Para apoiar e reforçar a ação brasileira na região, o governo brasileiro despachou, da Corte, alguns navios sob o comando de Rodrigo de Lamare, conduzindo tropas e suprimentos, inclusive um oficial experimentado nas campanhas napoleônicas, Pedro Labatut. Este efetivo desembarcou em Maceió, nas Alagoas, de onde seguiu, por terra, para a Bahia. Durante a marcha, o contingente foi reforçado por efetivos vindos de Pernambuco, do Rio de Janeiro e do amplo voluntariado que se abrira no Recôncavo.

Entre esses voluntários destacaram-se nomes como os de Maria Quitéria, no Batalhão dos Periquitos, criado pelo avô do poeta Castro Alves – José Antônio da Silva Castro -, assim denominado pelo predomínio da cor verde em sua farda.

De Portugal, foram enviados 2.500 homens para reforçar as tropas de Madeira de Melo. A este efetivo juntaram-se elementos da Divisão Auxiliadora, que se retirava do Rio de Janeiro.

As vitórias brasileiras nas batalhas de Cabrito e de Pirajá (8 de Novembro de 1822), bem como o fracasso na tentativa portuguesa de ocupação da ilha de Itaparica (7 de Janeiro de 1823), tornaram cada vez mais difícil o sustento da posição por parte do Exército Português. Diante do bloqueio naval de Salvador, imposto pela esquadra imperial sob o comando de Lord Thomas Cochrane, complementado pelo bloqueio terrestre, que conjugados, impediam o suprimento do efetivo luso, Madeira de Melo foi forçado a capitular, abandonando a cidade (2 de Julho), então ocupada pelas tropas brasileiras. Na ocasião Cochrane aprisionou várias embarcações de bandeira portuguesa (“Prontidão”, “Leal Portuguesa”, “Pizarro”, “Carolina” e “Conde de Peniche”), perseguindo as demais até às proximidades de Lisboa.

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A campanha do Piauí

Na então Província do Piauí, tradicional produtora de gado, a burguesia comercial e mesmo os proprietários de terras, estavam ligados à Metrópole, inclusive por laços de sangue. Aqui, a adesão à Independência do Brasil foi proclamada na vila de Parnaíba. O interior e a capital, Oeiras, permaneceram sob o controle de tropas do Exército português sob o comando do Governador das Armas do Piauí, major João José da Cunha Fidié. Mesmo diante do recebimento de reforços vindos da então Província do Ceará, as tropas brasileiras foram inicialmente derrotadas na Batalha do Jenipapo13 de março de 1823), ocorrida no atual município de Campo Maior, às margens do rio Jenipapo. Outras localidades, entretanto, manifestaram a sua adesão à Independência, alcançando a vitória quando Fidié se deslocou para apoiar a resistência portuguesa na vila de Caxias, no Maranhão.

A campanha do Maranhão

Também na Província do Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole. À época, o Maranhão era uma das mais ricas províncias do Brasil. O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal. A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da Independência no Piauí. A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo major Fidié para se fortificar após a derrota definitiva na Batalha do Jenipapo, no Piauí, imposta pelas tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos do Piauí e do Ceará. Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi recebido como herói.

São Luís, a capital provincial e tradicional reduto português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra de Thomas Cochrane, sendo obrigada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823.

 


A campanha do Pará

Na então Província do Grão-Pará, a burguesia comercial e os proprietários de terra também se encontravam profundamente ligados à Metrópole. Aqui, John Pascoe Grenfell, subordinado a Cochrane, impôs a aceitação da Independência também recorrendo ao bloqueio naval, sob ameaça de bombardear a capital, Belém (15 de agosto). Tendo sido eleita uma Junta Governativa (17 de Agosto), explodiu uma violenta reação popular, que obrigou Grenfell a desembarcar tropas e efetuar prisões em massa, visando restabelecer a ordem pública. A 19 de Agosto, sem que houvessem cárceres suficientes em terra, a pedido da Junta, Grenfell autorizou encerrar nos porões do brigue “São José Diligente” (depois “Palhaço”), duzentos e cinquenta e sete detidos, onde todos, menos um (duzentos e cinquenta e seis, menos quatro, em outras fontes) morreram asfixiados.

Embora posteriormente Grenfell tenha se defendido argumentando não ter ordenado o massacre, também nada fez para responsabilizar ou punir os responsáveis.

Os combates da Guerra da Independência serviram como batismo de fogo para o jovem Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias.

RODRIGUES, José Honório. Independência: Revolução e Contra-Revolução – As Forças Armadas. Rio de Janeiro: F. Alves, 1975, p.218

Data

1822 – 1823

Local

Brasil e Uruguai

Desfecho

Vitória do Brasil e unidade territorial do império definida
   

Império do Brasil

Reino de Portugal

Dom Pedro I
Barão de Laguna
José Joaquim de Lima e Silva
Pedro Labatut
Thomas Cochrane
John Pascoe Grenfell
Dom João VI
Inácio Luís Madeira de Melo
João José da Cunha Fidié
Em Pernambuco: 2.000
No Maranhão: 8.000
Na Bahia: 14.000
No Pará: nenhum
Na Cisplatina: 3.000
Total:
27.000Navios em 1822:
1 navio de linha
4 fragatas
2 corvetas
5 brigues
6 escunas
20 pequenos navios
Total:
38 naviosNavios em 1824:
96 navios

Em Pernambuco: +350
No Maranhão: 1.600
Na Bahia: 10.500
No Pará: 1.556
Na Cisplatina: 4.000
Total:
+18.006Navios:
1 navio de linha
2 fragatas
1 “Charrua”
10 corvetas
3 brigues
1 escunas
1 “Sumaca” (“Smak”)
1 barca
35 outros pequenos navios
Total:
55 navios 

Hoje Brasil e Portugal partilham de uma relação de respeito mútuo, paz e fraternidade, princípios que devem ser os balizadores deo futuro de ambas as nações, entretanto, para nós Brasileiros, é importante que não esqueçamos daqueles que lutaram por esta independência, esta que foi conquistada e não simplesmente alcançada como se leva a entender.

É importante lembrarmos que ouveram confrontos e que muitos brasileiros tombaram nas batalhas pela liberdade do Brasil e que embora anonimos não devem ser esquecidos por nós e que preservemos e lutemos pela manutenção de nossa liberade conqusitada com sacrifício de muitos.

O Plano Brasil saúda nesta data a todos os brasileiros e estrangeiros que lutam pelo Brasil  que tal como o Almirante Cochrane e outros muitos, travaram batalhas pela liberdade do povo brasileiro

 ..À nossa Liberdade, Brasil acima de tudo…

E.M.Pinto

Plano Brasil

Veja o vídeo com a história das principais batalhas da Guerra da Independência

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=rktBmfRKsrM&feature=related]

6 Comentários

  1. Parabens pelo bélo artigo E.M.Pinto….para dizer que a independencia do Brasil não foi bem recebida por Portugal, é que até hoje alguns “brasileiros” não aceitam ela como um grande feito para a patria.
    O PHA define bem o que é essa não aceitação pela nossa elite….DEPENDENCIA AO NORTE…éssa foi a frase do FHC, quando assumiu a presidencia do Brasil, pena que eu não possa postar aqui a ilustração feita no blog do PHA, a foto simbolisa bem o que é parte da “nossa” elite.
    Abraço.

  2. Estamos de parabéns,nós estamos caindo e levantando; mas estamos indo, não estamos parados de tudo..ainda dependêntes de caças e subs dos estrangeiros, mas somos a maior potência benigna do planeta, somos reapitados e queridos por sermos um país respeitador e que não fazemos ingerência sobre os outros.
    Sim , estamos caminhando para sermos bem melhores do somos..FELIZ DIA DA INDEPENDENCIA BRASIL.

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