Portugal recebe a primeira fragata da classe Karel Dorman

Na manhã do dia 30 de Abril entrou na barra do rio Tejo, com a capital portuguesa como pano de fundo, a mais nova unidade de combate da Marinha Portuguesa, a fragata NRP Bartolomeu Dias.

Uma nova classe de navios

Esta fragata, da classe Karel Dorman, serviu anteriormente na Marinha Holandesa sob o nome de HNLMS Van Nes. Foi aumentada ao efectivo da Marinha Portuguesa (1) numa cerimónia realizada em Janeiro na Holanda. Desde então, tem estado envolvida em treinos para preparação da sua nova guarnição.

A chegada a Portugal em Abril antecede a cerimónia oficial de entrega, a 19 de Maio, a que assistem os ministros da Defesa de Portugal e da Holanda. No dia seguinte, a nova fragata ruma a Aveiro onde este ano decorrem as comemorações do Dia da Marinha e onde estará aberta para visitas pelo público.
A NRP Bartolomeu Dias faz parte de um conjunto de dois navios adquiridos em 2006 à Holanda por um custo de 240 milhões de euros como parte do programa de aquisições da Lei de Programação Militar (2). O segundo navio deverá ser recebido no final deste ano.

A par com a Holanda e Portugal, esta classe de navios é, ainda, operada pelo Chile e pela Bélgica. As suas capacidades e características são idênticas às três fragatas da classe Vasco da Gama (Meko 200PN) presentemente em serviço na Marinha Portuguesa (1). Ambos os navios datam de 1994 sendo a sua guarnição composta por 164 elementos: 19 oficiais, 41 sargentos e 104 praças e possuindo capacidade para operar um helicóptero orgânico.

O fim de um capítulo

Os navios vieram substituir as fragatas da classe João Belo cujos últimos dois últimos navios foram transferidos em Abril de 2008 para o Urugai. Esta classe, derivada do projecto francês “Comandant Rivière” e originalmente composta por quatro fragatas recebidas na década de 1960, apresentava já diversas limitações devido à desactualização dos sistemas e idade dos navios.

Nos anos de 1990 deu-se início ao programa de modernização destes navios mas, na altura, a falta de verbas implicou apenas algumas alterações: foram modernizadas as acomodações e instalações para tripulantes (inclusive, passou a ser possível o embarque de tripulantes femininos), aumentou-se a capacidade de armazenamento de água doce, modernizaram-se os sensores e sistemas electrónicos (foi instalado um sonar SQS-510), e retiraram-se a terceira peça de 100mm e o morteiro anti-submarino.

Esta modernização permitiu essencialmente capacitar o navio para o cumprimento de missões de manutenção de paz, como aquela em que um navio operou ao largo da costa de Timor-Leste. Nos últimos anos, os navios desta classe eram regularmente usados para viagens de instrução nas quais embarcam cadetes da Armada. Com os novos navios, a Marinha Portuguesa passa a contar com cinco escoltas modernos, capazes de responder às crescentes missões internacionais em que Portugal vem participando.

Fonte: Defesanet